
O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta sexta-feira (13).
Cid deve ser levado para a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para um novo depoimento. A previsão é que a oitiva ocorra ainda na manhã desta sexta.
A informação inicial apontava que o militar havia sido detido pela PF. A defesa, porém, nega a detenção e confirmou que o pedido foi revogado. A polícia apura se ele tentou obter o passaporte com a intenção de deixar o Brasil.
O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, foi preso hoje em Recife (PE). Para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para a PF, havia indícios de que Gilson Machado tentou emitir um passaporte português para que Cid deixasse o Brasil.
Isso foi interpretado pelas autoridades como uma tentativa de fugir do país e atrapalhar o andamento do inquérito da trama golpista, em curso no STF.
O tenente-coronel admitiu que solicitou cidadania portuguesa em 2023, mas que não tinha conhecimento da iniciativa de Gilson Machado.
A defesa do militar afirmou ao STF que o pedido foi realizado em 11 de janeiro de 2023, logo após os atos golpistas de 8 de janeiro. De acordo com o advogado Cesar Bittencourt, a solicitação foi feita “única e exclusivamente” porque a esposa e as filhas de Cid já possuem cidadania.
Mauro Cid é réu na ação penal do STF, que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O militar foi o primeiro a depor ao ministro Alexandre de Moraes no processo contra o chamado “núcleo crucial” da trama golpista, na última segunda-feira (9).