
Nikolas Ferreira (PL-MG) se tornou alvo de ataques e pressão de bolsonaristas nas redes sociais. O motivo seria a percepção, entre apoiadores da família Bolsonaro, de que o deputado federal não tem demonstrado “solidariedade suficiente” ao ex-presidente e a seus aliados em suas postagens recentes, conforme informações da colunista Natália Portinari, do UOL.
A crise começou em fevereiro, após a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) por Eros Biondini (PL-MG), com apoio de Nikolas, que propõe reduzir de 35 para 30 anos a idade mínima para disputar a Presidência.
A medida poderia beneficiar o próprio Nikolas em uma eventual candidatura em 2026, o que gerou reações negativas em grupos bolsonaristas. Segundo levantamento da consultoria Palver, militantes passaram a acusar o deputado mineiro de querer concorrer contra Jair Bolsonaro.
Um dos posts mais compartilhados mostra Nikolas ao lado de outros supostos “traidores” — como Ricardo Salles, Deltan Dallagnol, Marcel Van Hattem e Luiz Philippe de Orléans e Bragança — segurando biscoitos. A legenda diz: “Tropa do biscoito. O maior desafio é descolar do Bozo sem perder os apoiadores dele”, insinuando que os deputados estariam apenas buscando atenção.

Os ataques aumentaram em maio, com cobranças para que Nikolas demonstrasse apoio público à possível candidatura presidencial do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou, ao menos, solidariedade ao autoexílio do parlamentar nos Estados Unidos.
Em um dos grupos bolsonaristas no Telegram, circulou a imagem de Nikolas e Eduardo, acompanhada da frase: “Época em que pro Nikolas era legal postar foto com a ‘referência’ dele. Hoje ele trata o Eduardo como se fosse um leproso. Votaram nele por influência dos Bolsonaro.”

Aliados de Nikolas afirmam que a relação com a família Bolsonaro é amigável, mas distante. Apesar de manter boa relação com Jair Bolsonaro, Nikolas não tem proximidade com Eduardo ou com Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o que aumenta a desconfiança nos bastidores.
Segundo interlocutores, a estratégia de Nikolas tem sido seguir em voo solo. Após viralizar com vídeos de ataques ao governo Lula, o deputado tem evitado associar sua imagem diretamente à de Bolsonaro, o que reforça a percepção de distanciamento.