Ao se posicionar contra a proposta de tributação de títulos isentos como LCIs e LCAs, Hugo Motta (foto/reprodução internet), expôs um ponto de tensão crescente entre o Legislativo e o Executivo no debate sobre o ajuste fiscal. Durante o 2º Brasília Summit, o presidente da Câmara dos Deputados alertou para a provável resistência do Congresso e do setor produtivo à medida e aproveitou para cobrar publicamente do governo um esforço mais efetivo na contenção de despesas obrigatórias. O recado evidencia uma inflexão na relação entre os Poderes: se em um primeiro momento o Congresso endossou iniciativas para ampliar a arrecadação, agora o foco se desloca para a revisão dos gastos e o avanço de reformas estruturais, como a administrativa. Ao afirmar que não está à frente da Câmara para “servir a projeto político de ninguém”, Motta reforça seu desejo de autonomia institucional. Possivelmente, também prepara terreno para disputas futuras em torno do modelo de Estado e da condução da política econômica.
