
A nova decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de levar ao plenário da Câmara a ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) para a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) tem sido considerada de grande impacto por lideranças políticas. O movimento pode provocar uma reação inesperada, dada a atual tensão entre o Legislativo e o STF.
Petistas e representantes do Centrão, segundo informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, concordam que a votação no plenário pode ser usada como forma de pressionar o Supremo. A insatisfação cresce, especialmente após o ministro Flávio Dino pedir mais esclarecimentos sobre o uso de recursos públicos, o que aumenta o clima de conflito entre os poderes.
Na terça-feira (10), pouco antes do anúncio do presidente da Câmara, Dino exigiu explicações sobre os recursos discricionários do Ministério da Saúde, indicando que o Supremo segue atento a esse tema.

Diante dessa conjuntura, há possibilidade real de que o plenário da Câmara vote a favor de manter o mandato de Zambelli. Essa postura seria uma forma de reação contra a crescente pressão do Supremo sobre os parlamentares e suas prerrogativas.
Especialistas afirmam que, se o mandato for mantido, o STF poderá desconsiderar a decisão da Câmara e manter a ordem para que a parlamentar bolsonarista perca o cargo. Essa situação deixaria a relação entre os poderes ainda mais delicada, ampliando o potencial de conflito.
Para o governo, a decisão de Motta tem caráter político, buscando equilíbrio entre o STF e a base bolsonarista. Já membros do Centrão veem a atitude como cumprimento da Constituição e criticam o Supremo.