
Em meio ao julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um pedido a seus aliados caso seja preso, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
“Se eu for preso, sigam brigando por mim”, afirmou o ex-presidente, segundo relatos de três pessoas próximas. A frase tem sido repetida em conversas reservadas, nas quais Bolsonaro demonstra estar ciente da possibilidade de condenação.
Aliados de Bolsonaro avaliam que, se ele for preso, não deverá ficar muito tempo detido devido à sua condição de saúde, que é consequência das cirurgias no intestino após a facada que levou em 2018, além de ser réu primário.
Bolsonaro tem reforçado que é preciso manter a mobilização de sua base nas ruas e a pressão sobre o STF. Assessores jurídicos já alertaram o ex-presidente de que as chances de absolvição são remotas e que ele deve se preparar para todos os cenários.
A mudança de tom nos bastidores foi notada por interlocutores próximos, especialmente na véspera do depoimento prestado ao ministro Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (10). Apesar da tranquilidade demonstrada a aliados, Bolsonaro admitiu a possibilidade de prisão.

A jornalistas o discurso foi diferente. “Eu não tenho preparação para nada, não tem por que me condenar. Estou com a consciência tranquila”, disse o ex-mandatário na segunda-feira (9), durante o intervalo das oitivas.
“Quando falaram o tempo todo, ‘assinar o decreto…’. Não é assinar decreto, pessoal. Assinar um decreto de defesa ou de sítio, o primeiro passo é convocar os conselhos da República e de Defesa. Não foi feito.”
Bolsonaro foi ouvido por Alexandre de Moraes como o sexto réu na ação penal que investiga o chamado núcleo da trama golpista.
O ex-presidente havia prometido “falar por horas” e exibir vídeos em meio ao depoimento, mas Moraes negou o pedido de sua defesa para expor os conteúdos, apontando que o interrogatório não é o momento adequado para a apresentação de novos materiais.