O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) perdeu força após dois meses consecutivos de alta, e o total acumulado nos últimos 12 meses caiu para 5,32% – a variação em abril foi de 5,53%.
No mês, o IPCA manteve a trajetória de queda vista desde o pico inflacionário em fevereiro (1,31%) e encerrou maio em 0,26% – a variação em abril foi de 0,43%.
Dois dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação no período de pesquisa: Artigos de Residência (de 0,53% em abril para -0,27% em maio) e Transportes, que passou de -0,38% no mês anterior para -0,37%.
A maior influência no IPCA foi o grupo Habitação, que respondeu por 68,37% da alta ao apresentar a maior variação do período (1,19%) por conta da vigência da bandeira tarifária amarela em maio, que adiciona R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos – fazendo da energia elétrica residencial (3,62%) o subitem com o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p.).
Já o grupo Transportes representou queda de 29,21% – neste caso, o recuo mensal foi diretamente afetado pelos itens passagem aérea (-11,31%) e dos combustíveis (-0,72%), todos registrando variação negativa em maio: o óleo diesel de 1,30%, o etanol de 0,91%, o gás veicular de 0,83%, e a gasolina de 0,66%
IPCA | Variação | Peso | Influencia | Influência % |
IPCA | 0,2600 | 100,00 | 0,2629 | 101,13% |
1.Alimentação e bebidas | 0,1700 | 21,95 | 0,0373 | 14,35% |
2.Habitação | 1,1900 | 14,94 | 0,1778 | 68,37% |
3.Artigos de residência | – 0,2700 | 3,61 | -0,0097 | -3,75% |
4.Vestuário | 0,4100 | 4,63 | 0,0190 | 7,30% |
5.Transportes | – 0,3700 | 20,53 | -0,0759 | -29,21% |
6.Saúde e cuidados pessoais | 0,5400 | 13,50 | 0,0729 | 28,04% |
7.Despesas pessoais | 0,3500 | 10,11 | 0,0354 | 13,61% |
8.Educação | 0,0500 | 6,10 | 0,0030 | 1,17% |
9.Comunicação | 0,0700 | 4,64 | 0,0032 | 1,25% |
Grupo de maior peso na composição do indicador, Alimentação e bebidas desacelerou de 0,82% em abril para 0,17% em maio, com a alimentação no domicílio saindo de 0,83% para 0,02%, enquanto a alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,58% em maio, frente ao 0,80% de abril.
Na composição do grupo, as maiores influências foram Bebidas e Infusões (onde entra café) e Carnes – os itens que mais subiram no período foram batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%).
A queda apresentada pelos grupos Alimentação e Bebidas e Artigos de Residência confirma a influência do câmbio no IPCA – essa influência é vista com mais destaque no grupo Alimentação e Bebidas, cuja trajetória de queda começou em janeiro, como é possível verificar no gráfico abaixo.
Mesmo assim, Carnes e Bebidas e Infusões continuam pressionando pelo lado da alta. No caso das Carnes, o componente manteve a trajetória de alta iniciada em agosto de 2024, ao passo que a trajetória de aumento do grupo Bebidas e Infusões teve início no mês de fevereiro.
Cálculos: Jornal GGN
Texto: Tatiane Correia