
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (10) que decidiu não passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para não se submeter ao que seria, segundo ele, a “maior vaia da história do Brasil”. A declaração foi dada durante seu interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em que responde por tentativa de golpe de Estado.
“Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil. Não passei porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário do Brasil”, disse Bolsonaro. O ex-presidente é o sexto réu a depor no processo penal que investiga os atos antidemocráticos após as eleições de 2022.
O ato simbólico da passagem da faixa, tradicional na posse presidencial, foi ignorado por ele, que deixou o país antes da cerimônia de transição.
“eu não iria me submeter a maior vaia da história do Brasil”
eu vou viver minha vida inteira e mais seis meses, nunca vou conhecer um homem TÃO CAGÃO quanto o inelegível Jair Bolsonaro. Que homem covarde, meu Deus do céu kkkkkkkkkkkkk pic.twitter.com/9SuY8keNrj— uma deusa, uma louca, uma macumbeira (@patroamesmo) June 10, 2025
O ex-presidente havia prometido “falar por horas” e exibir vídeos em meio ao depoimento, mas Moraes negou o pedido de sua defesa para expor os conteúdos, apontando que o interrogatório não é o momento adequado para a apresentação de novos materiais.
A oitiva integra as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro já havia sido citado em outros inquéritos e agora responde como réu por organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Ele é o sexto réu a depor no processo. Já participaram de interrogatórios, desde esta segunda (9), o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Augusto Heleno.
Cid, ex-ajudante de Moraes, relatou que o plano golpista previa o monitoramento da rotina de Moraes, um dos principais alvos do grupo. Hoje, o ex-presidente e o magistrado estão frente a frente na oitiva.
Depois do ex-presidente, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general Walter Braga Netto serão ouvidos.
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