O Brasil está acabando com o pessimismo de butique. Enquanto analistas de gabinete prenunciam estagnação, Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, crava números do governo Lula que desafiam o “achismo” do mercado: emprego formal bateu 48 milhões, massa salarial chegou a R$ 350 bilhões e o PIB acumula 3,5% em 12 meses – o segundo maior crescimento planetário. “Isso não é ‘voo de galinha’”, dispara em entrevista à Agência Gov. “É crescimento sustentável.”

A engrenagem, segundo Mello, foi religada com políticas que invertem a lógica dos anos Temer e Bolsonaro. “No passado, a regra era fazer ajuste fiscal cortando direitos, gerando recessão, desemprego, e aí reduzindo os gastos e resolvendo o problema fiscal com uma deterioração social”, explica. “O governo Lula está combinando crescimento econômico, nível recorde de emprego e renda, aumento do crédito e ajuste fiscal ao mesmo tempo“. 

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Motor turbinado

Para 2025, o secretário projeta 2,5% para o PIB, e mira 4% no horizonte próximo. “Recuperamos o que havíamos perdido nos últimos 10 anos”, afirma, citando reformas que aceleram a retomada, como a Nova Indústria Brasil (reativando o parque fabril) e a transformação ecológica (gerando “empregos verdes” e tecnologia). 

O programa Pé de Meia, que combate a evasão escolar com bolsas para estudantes do ensino médio, também foi lembrado. “O trabalhador que abandona o caminho da educação, da sua formação profissional, muito dificilmente vai conseguir um emprego de qualidade no futuro”, alerta. Por isso, o governo amarra a renegociação da dívida dos estados a investimentos em ensino técnico. 

Reforma tributária

Na entrevista à Agência Gov, Mello defende a reforma tributária proposta pelo governo, que isenta quem ganha até R$ 5 mil, reduz impostos da classe média e cobra um mínimo de 10% dos super-ricos, com renda acima de R$ 100 mil ao mês. 

Por que uma pessoa que ganha R$ 1.200.000 por ano de renda não pode pagar a mesma alíquota que um professor, que um bombeiro, que uma enfermeira, que um policial?”, questiona. Em seguida, afirma que cabe ao brasileiro decidir o que deseja para: “manter o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo ou mudar essa realidade”. 

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Paradoxo da percepção

Apesar dos indicadores históricos, 70% dos brasileiros consideram o noticiário sobre o governo negativo. Mello desmonta a contradição lembrando que, nos EUA, eleitores republicanos diziam que a economia piorara antes do Trump. Após sua eleição, pesquisa semelhante retratou que, na realidade, o entendimento era de que havia melhorado. 

E mostra que essa é uma questão mundial. “Existe uma distância entre dados, fatos concretos que estão acontecendo, e a percepção das pessoas. Muitas vezes as boas notícias […] não são atribuídas ao governo ou à política econômica. Enquanto qualquer questão negativa […] é automaticamente transferida a responsabilidade para o Governo Federal. Isso não só no Brasil”. 

O futuro no radar

Para o secretário, o caminho é claro: qualificação massiva contra a ameaça da supressão de empregos pela inteligência artificial e por reformas que redistribuam poder. “Precisamos garantir que esses jovens tenham acesso a uma formação que os integre ao mercado de trabalho de daqui a alguns anos”, defende.

Mello alega que crédito disparando, desigualdade em queda e indústria reaquecida completam o retrato de uma economia que se move na contramão do catastrofismo. “Essas mudanças mostram que a gente conseguiu combinar as duas promessas do presidente, que é colocar as contas em ordem, mas sem afetar os mais pobres, sem gerar recessão, desemprego e desigualdade”, resume.

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O Brasil, em suas palavras, “pavimenta o caminho para uma nova era”. Um modelo que respeita os trabalhadores, valoriza a educação e promove justiça tributária, crescendo e incluindo ao mesmo tempo.

Da Redação

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Last Update: 10/06/2025