
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira (10), ao chegar para a sessão de depoimentos sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), que pretende mostrar vídeos quando for ouvido, caso seja autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
“Se eu puder ficar à vontade, se preparem, vão ser horas”, disse Bolsonaro ao chegar à sala da Primeira Turma, conforme informações do Globo.
De acordo com Bolsonaro, que carregava um pen drive, nos vídeos que pretende mostrar há falas do ministro Flávio Dino, do STF, e do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi sobre as urnas eletrônicas.
“Tem pronunciamento meu, tem um do Flávio Dino condenando a urna eletrônica, tem um do Carlos Lupi também, falando que sem impressão do voto é fraude. Eu não estou inventando nada”, completou o ex-chefe do Executivo.
Bolsonaro havia afirmado, na última segunda-feira (9), que não se prepara pensando na hipótese de ser preso, pois, segundo ele, não existem motivos para condená-lo. Ontem, as revelações do tenente-coronel Mauro Cid complicaram ainda mais a situação do ex-presidente.
“Eu não tenho preparação para nada, não tem por que me condenar. Estou com a consciência tranquila. Quando falaram o tempo todo, ‘assinar o decreto…’. Não é assinar decreto, pessoal. Assinar um decreto de (estado de) defesa ou de sítio, o primeiro passo é convocar os conselhos da República e de Defesa. Não foi feito”, disse Bolsonaro.
Mauro Cid foi o primeiro a depor ontem, por ser delator. Os demais réus são ouvidos em ordem alfabética. Também já prestou depoimento Alexandre Ramagem, e nesta manhã Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, está depondo. Ainda devem ser ouvidos:
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente.