O Supremo Tribunal Federal retoma nesta terça-feira 10 o interrogatório dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista com o depoimento do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
A Corte ouviu, na véspera, o delator Mauro Cid, tenente-coronel que atuava como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin.
Garnier, o primeiro a ser ouvido nesta terça, é apontado como o único comandante das Forças Armadas a embarcar na empreitada golpista montada no entorno do ex-capitão. Ele teria, segundo as investigações, disponibilizado tropas da Marinha para que Bolsonaro colocasse em curso o seu plano de ruptura.
Cid, no depoimento desta segunda-feira, reforçou as acusações e disse que o militar era um dos auxiliares mais radicais do ex-capitão. Segundo o ex-ajudante de ordens, Garnier seria um dos ferrenhos defensores de um golpe de Estado.
Outros depoimentos
Além de Garnier, o STF também se prepara para ouvir outros cinco réus. Todos fazem parte do núcleo 1 da trama. São eles:
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente.
Walter Braga Netto será o único a depor por videoconferência, uma vez que está preso preventivamente desde dezembro, no Rio de Janeiro.
Para colher todos os depoimentos, o STF agendou mais três sessões, além da audiência desta terça-feira:
- Quarta-feira 11, às 8h;
- Quinta-feira 12, às 9h; e
- Sexta-feira 13, às 9h.
