A Avenida Brasil e a Linha Vermelha, as duas principais vias expressas da cidade do Rio de Janeiro, ficaram completamente interditadas na manhã desta terça-feira 10, por conta de tiroteios durante operação policial no chamado ‘Complexo de Israel‘, na Zona Norte da capital fluminense. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas após serem baleadas.
Segundo a Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove), duas pessoas foram atingidas em veículos que trafegavam pela Avenida Brasil: um motorista e um passageiro. Eles foram levados a hospitais.
A rede aérea dos trens do sistema de transporte de passageiros foi atingida por tiros, o que levou a interrupções em parte dos serviços. Cinquenta linhas de ônibus tiveram a circulação afetada, com desvios ou suspensão da circulação.
Pelo menos doze escolas da rede pública ficaram fechadas nesta manhã. Quatro unidades públicas de saúde suspenderam todos os atendimentos, enquanto outras três interromperam atividades externas, como visitas domiciliares.
Até a publicação deste texto, a Polícia Civil confirmava que sete pessoas haviam sido presas na operação. A ação policial começou ainda durante a madrugada. A Avenida Brasil foi a primeira a ser fechada. Horas mais tarde, a Linha Vermelha também foi bloqueada.
Segundo a Polícia Civil, uma investigação de sete meses levou à identificação de 44 pessoas ligadas a facções criminosas. Após a emissão de ordens judiciais, os agentes foram mandados às ruas para tentar realizar as prisões.
A Polícia afirma que a região do Complexo de Israel é dominada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP). Um dos alvos da operação é Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão“, foragido da Justiça e acusado de impor domínio religioso evangélico em favelas do Rio.
“Sob o comando direto de Peixão, o TCP promove a intimidação sistemática de moradores, expulsão de rivais, ataques a agentes de segurança e ações coordenadas para impedir operações policiais. Foi identificado um grupo responsável pelo monitoramento de viaturas, queima de ônibus e organização de protestos simulados com o objetivo de obstruir o trabalho policial”, destaca a Polícia Civil.