Gavin Newsom, governador da Califórnia, e Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

O governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de enviar tropas da Guarda Nacional para Los Angeles após protestos contra a política de imigração. “É o ato de um ditador, não de um presidente”, declarou Newsom no último domingo (8), ao afirmar que vai contestar a medida na Justiça.

A mobilização de cerca de 2 mil soldados ocorreu após confrontos entre manifestantes e agentes do serviço federal de imigração (ICE) que começaram na sexta-feira (6) em Los Angeles. Apesar da oposição do governo estadual, Trump justificou a decisão alegando que os protestos seriam “uma forma de rebelião contra a autoridade do governo dos EUA”.

A tensão aumentou com a repressão aos atos. De acordo com a polícia, pelo menos 10 pessoas foram presas durante o sábado (7). Em San Francisco, também na Califórnia, outros 60 manifestantes também foram detidos em manifestações contra as ações federais. Trump tem usado as manifestações como justificativa para militarizar as operações contra imigrantes.

Enquanto isso, o governo da Califórnia se prepara para contestar a legalidade da intervenção federal. Newsom afirmou que não foi consultado previamente sobre o envio das tropas e que a medida afronta o pacto federativo. “Vamos usar todos os recursos legais disponíveis para barrar essa decisão autoritária”, completou o governador.

A ação militar e o uso de gás lacrimogêneo contra manifestantes reforçam o perfil cada vez mais tirano do governo Trump, que já havia ameaçado usar a Lei de Insurreição em protestos anteriores. Em 2020, após o assassinato de George Floyd, o presidente estadunidense pressionou por intervenções semelhantes, mas recuou diante da resistência do então secretário de Defesa, Mark Esper.

Na cidade de Paramount, agentes da Patrulha de Fronteira armados e protegidos com equipamentos de choque confrontaram manifestantes que protestavam contra o ICE. A multidão carregava cartazes com mensagens como “Nenhum ser humano é ilegal” e gritava palavras de ordem exigindo o fim das detenções. Carros foram cercados e ruas bloqueadas pela população indignada.

A retórica de Trump se intensificou nas redes sociais, onde ameaçou intervir diretamente se o governador e a prefeita de Los Angeles “não fizessem seu trabalho” em uma postagem.

Já a secretária de imprensa da Casa Branca acusou os líderes democratas da Califórnia de abandonar sua responsabilidade de proteger os cidadãos, em uma fala que ecoa os princípios da criminalização da imigração como ferramenta política.

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Last Update: 09/06/2025