O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou, nesta segunda-feira 9, sua viagem à França com uma visita à sede da Interpol, em Lyon, para participar da posse do brasileiro Valdecy Urquiza como novo secretário-geral da organização.
No discurso, Lula exaltou o papel desempenhado pela Interpol, destacando a atuação da organização na “busca e apreensão de alguns dos criminosos mais perigosos do planeta” e no “combate ao terrorismo”. O brasileiro citou, ainda, o resgate a vítimas de tráfico e de exploração sexual e a proteção do meio ambiente como atribuições importantes da Interpol no atual contexto.
O petista também destacou que o crime organizado se tornou “uma questão global”, de modo que a criminalidade está “evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas”.
“Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras nacionais”, afirmou Lula.
Para o presidente brasileiro, essas organizações criminosas se tornaram “verdadeiras empresas multinacionais que estão envolvidas dentro das empresas, estão envolvidas na política, estão envolvidas no judiciário, estão envolvidas no futebol, estão envolvidas em toda parte da cultura”.
Caso Zambelli como pano de fundo
A ida de Lula à sede da Interpol já estava agendada previamente, mas coincide com o momento em que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista de foragidos internacionais da organização.
Depois de ter sido condenada a dez anos de prisão e perda do mandato, a deputada fugiu para a Itália. No discurso desta segunda, Lula não citou nominalmente o caso da parlamentar brasileira.

A deputada federal Carla Zambelli. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
No final da semana passada, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou um recurso apresentado por Zambelli contra a sua condenação. O ministro Alexandre de Moraes, inclusive, já pediu a extradição da deputada.