Na próxima terça-feira, 10 de junho, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo realizará uma reunião aberta com dois dos principais nomes da luta pelo parto humanizado no Brasil: o obstetra Ric Jones e a enfermeira obstétrica Zeza Jones. O encontro acontecerá às 19h, pela plataforma Google Meet, e pretende debater os ataques que ambos vêm sofrendo por defenderem um modelo de assistência baseado na autonomia da mulher, na redução das violências obstétricas e no direito ao parto respeitoso.

A atividade ocorre em meio a uma condenação contra os dois profissionais, que se tornaram referências nacionais por sua atuação crítica ao modelo hospitalar tradicional. Ric Jones é autor de livros, artigos sobre parto e nascimento, enquanto Zeza Jones tem longa trajetória na assistência obstétrica e na formação de equipes de parto domiciliar. Ambos são defensores de uma abordagem centrada no bem estar da mulher e do bebê.

A perseguição aos profissionais que defendem o parto humanizado não é um fato isolado. Trata-se de um fenômeno crescente em que setores conservadores — dentro dos conselhos de medicina, indústria farmacêutica e da própria estrutura hospitalar — reagem contra a transformação da assistência obstétrica no país. Sob o pretexto de “defesa da medicina tradicional”, busca-se calar profissionais que denunciam práticas abusivas, como cesáreas desnecessárias, uso indiscriminado de ocitocina, episiotomias sem consentimento e falta de cuidados e suportes necessários.

É importante lembrar que, no Brasil, mais da metade das mulheres afirma ter sofrido algum tipo de violência durante o parto. Até mesmo a Organização Mundial da Saúde já classificou o modelo brasileiro como um dos mais medicalizados do planeta, com taxas de cesariana que superam os 80% em algumas redes privadas. Isso não significa avanço: é reflexo de uma estrutura que prioriza interesses econômicos sobre a saúde e a dignidade da mulher.

O movimento pelo parto humanizado surge como resposta a essa realidade. Seu objetivo não é romantizar o parto, mas garantir que a mulher tenha controle sobre seu corpo e sobre as decisões que envolvem seu processo de gestar e parir. Envolve desde o direito à informação até a escolha do local e da equipe de parto. E é exatamente essa autonomia que vai contra os interesses econômicos desses setores reacionários.

Diante desse cenário, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo considera fundamental ampliar o debate e fortalecer os profissionais que, como Ric e Zeza, colocam a saúde e o respeito às mulheres acima dos lucros da indústria médica. O encontro do dia 10 será uma oportunidade para aprofundar esse diálogo, denunciar a perseguição e ampliar a campanha em defesa do parto humanizado no Brasil.

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Last Update: 09/06/2025