Miguel Uribe Turbay (39), pré-candidato à próxima corrida presidencial colombiana, sofreu um atentado a bala neste sábado (7), durante sua participação em um ato político no bairro Fontibón, em Bogotá, capital da Colômbia.

O político, do partido opositor Centro Democrático, foi internado e passou por cirurgias. Há pouca divulgação, algumas atestam que Uribe teria recebido dois tiros e que um menor de 15 anos foi apreendido portando uma arma de fogo.

O senador é do mesmo partido de Álvaro Uribe, presidente fascista da Colômbia entre 2002 e 2010, que foi uma das peças do imperialismo no país.

Álvaro Uribe é responsável pela expansão de forças paramilitares no país, e esteve ligado a inúmeros massacres.

Durante o governo Uribe, milhares de civis (incluindo camponeses e indigentes) foram executados pelo Exército e apresentados como guerrilheiros mortos em combate para inflar resultados na luta contra as FARC.

Uribe também é acusado de grampear juízes, jornalistas e opositores. Também é acusado de ligações com o narcotráfico.

Foi durante sua gestão, em 2009, que se firmou o Acordo Militar EUA-Colômbia, firmado com a desculpa de combate ao narcotráfico e às guerrilhas (FARC e ELN). No entanto, desde que começou o “combate”, a produção de cocaína triplicou na Colômbia.

As bases americanas instaladas na Colômbia são uma ameaça à região. Essa subserviência ao imperialismo gerou muita rejeição. Além disso, o país serve como ponta de lança para as agressões que a Venezuela vem sofrendo por parte dos EUA e do bloco imperialista.

Crise

O atentado contra Miguel Uribe acontece em um momento de grande tensão na Colômbia. O governo de Gustavo Petro tem passado por dificuldades como ruptura com partidos aliados. No Congresso, sua coalizão “Pacto Histórico” não tem maioria.

Há dissidências dentro do governo, com renúncias ou demissões de ministros. E, como não pode nunca faltar, denúncias de corrupção.

Petro não consegue avançar nas áreas da Saúde, bem como há paralisia na reforma agrária. Os latifundiários exercem pressão e bloqueiam o governo.

Os assassinatos de líderes sindicais na Colômbia continuam elevados. No ano passado, esse número foi superior a 100, segundo o Indepaz.

Na economia, o PIB sofre retração e o peso desvaloriza. A dívida pública atinge 65% do PIB, o que mostra um país, como o Brasil, refém dos banqueiros.

Até o fechamento desta edição, nada de concreto se pode afirmar sobre o atentado. Há suspeitos detidos.

O fato é que a Colômbia está à beira de uma convulsão social. A subida ao poder de um presidente pseudo-esquerdista não foi capaz de diminuir as tensões. A presença de bases militares americanas em seu território são como uma arma apontada constantemente contra qualquer governo que tente afrontar minimamente os interesses do imperialismo no país e na região.

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Last Update: 09/06/2025