Tripulantes da embarcação Madleen,, que levava 12 ativistas rumo à Faixa de Gaza, de mãos levantadas após invasão do Israel. Imagem: reprodução

A embarcação Madleen, que levava 12 ativistas rumo à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária e denunciar o bloqueio israelense, foi interceptada por forças israelenses neste domingo (8), em águas internacionais. Entre os passageiros estão o ativista brasileiro Thiago Ávila, a sueca Greta Thunberg, a francesa Rima Hassan e o jornalista da Al Jazeera Mubasher, Omar Faiad.

Após divulgações de comunicados dos passageiros nas redes sociais pedindo ajuda, todas as comunicações com o navio foram interrompidas. Segundo relatos da co-fundadora do Movimento de Solidariedade Internacional, Huwaida Arraf, comandos israelenses ordenaram que os tripulantes desligassem e jogassem seus celulares no mar. A transmissão ao vivo da Al Jazeera também foi interrompida.

Momentos antes do bloqueio, dois drones israelenses sobrevoaram a embarcação e lançaram uma substância química ainda não identificada. “Alguns relataram ardência nos olhos”, afirmou Arraf à Al Jazeera, diretamente da Sicília. “Eles também foram abordados de forma ameaçadora por embarcações. Durante pelo menos uma hora e meia, estavam sob pressão das forças israelenses.”

Às 19h (horário de Brasília) deste domingo, Ávila relatou em seu Instagram que a embarcação estava cercada por embarcações não identificadas enquanto seguia em direção à Faixa de Gaza. Após apagar um vídeo que contava o que estava acontecendo, publicou uma nova mensagem: “O nosso barco está sendo cercado! Precisamos de ajuda.”

Conteúdo divulgado pela Freedom Flotilla Coalition mostra os ativistas de coletes salva-vidas, sentados no convés com as mãos levantadas e jogando os celulares no mar — ação que teria sido exigida pelos militares israelenses.

A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, confirmou que também perdeu contato com a embarcação. Segundo ela, em sua última ligação com o capitão do Madleen, ele disse que “no momento em que o barco foi interceptado, ninguém estava ferido”. Após isso, perdeu a conexão com o capitão enquanto ele dizia que “outro barco se aproximava”.

Além disso, sobre os drones que sobrevoavam a tripulação, Francesca publicou que “essas máquinas são feitas para matar, não apenas para vigiar”.

O Madleen partiu da Itália no último domingo (1º) com a missão de romper simbolicamente o bloqueio marítimo imposto por Israel e entregar alimentos e remédios à população de Gaza. O governo israelense sustenta que o cerco é necessário para evitar o envio de armas ao Hamas.

Até o momento, não há informações oficiais sobre o paradeiro dos ativistas ou a situação atual do navio.

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Last Update: 08/06/2025