O presidente Lula (PT) afirmou ter “convicção” de que o Acordo Mercosul-União Europeia será ratificado até o fim deste ano. A declaração foi feita em redes sociais após um encontro privado com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, neste domingo (08).

Na publicação, Lula mencionou que é “essencial fazer um esforço de esclarecimento sobre a total compatibilidade desse acordo com os interesses das duas partes do ponto de vista ambiental, comercial e estratégico”, em alusão à resistência do presidente francês Emmanuel Macron em relação a partes do acordo comercial.

Apesar de um rascunho final do texto ter sido concluído em dezembro de 2024, é necessário que todos os países de ambos os blocos o ratifiquem para que o tratado comercial passe a ser válido de fato.

Para dar apoio ao projeto, Macron propõe incluir um protocolo no acordo que integre a possibilidade de ativar uma “cláusula de salvaguarda”, caso as importações de produtos do Mercosul para a UE acabem “desregulando o mercado” em vários setores.

Este cenário é temido pelos agricultores europeus, diante da chegada prevista no acordo de até 99.000 toneladas de carne bovina e 180.000 toneladas para as aves com tarifas reduzidas, entre outros.

Outra proposta francesa é incluir “cláusulas-espelho” para que os produtos agrícolas do Mercosul exportados para a UE cumpram as mesmas normas de produção que os europeus, consideradas menos competitivas.

Questionado na quinta-feira pelo canal GloboNews se estaria “disposto” a assinar o acordo este ano caso o Mercosul aceite as mudanças, Macron respondeu: “Sim, porque convenceremos nossos camponeses e agricultores”.

No mesmo dia, Lula pediu a Macron, durante uma entrevista coletiva conjunta, que “abra seu coração” para o acordo e conclua o acordo comercial durante a presidência brasileira do Mercosul, no segundo semestre de 2025.

Ainda na publicação deste domingo, Lula acrescentou: “Nas próximas semanas, buscaremos explicitar as convergências e complementaridades existentes entre a agricultura brasileira e europeia, bem como a compatibilidade com o Acordo de Paris.”

O presidente segue com agenda na Europa esta semana. Ele irá participar da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que será realizada em Nice, na França, de 9 a 13 de junho.

*Com informações da AFP

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Last Update: 08/06/2025