O senador colombiano Miguel Uribe. Foto: Divulgação

O senador colombiano Miguel Uribe, de 39 anos, encontra-se em estado crítico na UTI da Fundação Santa Fé, em Bogotá, após ter sido baleado durante um comício realizado na capital colombiana no sábado (7). Segundo boletim médico divulgado neste domingo (8), ele passou por cirurgias na cabeça e na perna esquerda, mas o quadro clínico ainda é considerado de gravidade máxima, com prognóstico reservado.

O atentado ocorreu por volta das 17h30 (horário local) em um bairro da zona oeste de Bogotá, enquanto Uribe discursava diante de dezenas de apoiadores. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento dos disparos, seguidos de tumulto. Em outros vídeos, o senador aparece ferido e sendo socorrido sobre o capô de um carro, com sangramento na região da cabeça.

De acordo com a equipe médica, Uribe foi submetido imediatamente a procedimentos neurocirúrgicos e ortopédicos para conter os danos provocados pelos disparos. Após a operação, ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva.

Em pronunciamento à imprensa, a esposa do senador, Maria Tarazona, agradeceu as mensagens de solidariedade e pediu respeito ao momento da família. “Ele está lutando por sua vida. Confiamos na equipe médica da Fundação Santa Fé, que será a única fonte oficial sobre seu estado de saúde”, afirmou.

A Procuradoria da Colômbia confirmou que o suspeito de efetuar os disparos é um adolescente de 14 anos, encontrado com uma pistola Glock 9mm. Testemunhas relataram que ele chegou ao local em uma motocicleta e disparou três vezes contra Uribe antes de ser baleado na perna por um dos seguranças do parlamentar.

Inicialmente, a polícia informou que o jovem teria 15 anos, mas a idade correta foi atualizada após a identificação formal. O jornal ‘El Tiempo’ apurou que o adolescente se dispôs a fornecer informações sobre os mandantes do crime, incluindo nomes e contatos telefônicos.

Além de Uribe, outras três pessoas ficaram feridas no ataque, incluindo o próprio agressor, que se encontra estável. Segundo a Secretaria de Saúde de Bogotá, um homem de 20 anos foi atingido de raspão e já recebeu alta, enquanto uma mulher de 36 anos sofreu uma lesão na perna e será submetida a cirurgia.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, condenou o atentado e anunciou a abertura de uma investigação para identificar os mandantes. Em pronunciamento no sábado à noite, o chefe do Executivo classificou o episódio como um atentado à democracia e prometeu “mobilizar todos os recursos do Estado” para encontrar os responsáveis.

“O mais importante neste momento é que Miguel Uribe sobreviva. Vamos caçar os responsáveis, estejam onde estiverem”, afirmou Petro, que também criticou eventuais tentativas de exploração política do atentado. Segundo ele, o ataque “repete padrões históricos da violência política” que marcaram a trajetória da Colômbia.

Miguel Uribe é filiado ao Centro Democrático, partido liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, com quem não possui laços familiares, apesar do sobrenome. Em outubro de 2024, ele oficializou sua pré-candidatura à Presidência da Colômbia para o pleito previsto para maio de 2026.

O partido declarou que o senador foi atingido “pelas costas”, em um ataque covarde. Políticos de direita, como o ex-presidente Andrés Pastrana, acusaram o governo Petro de promover um ambiente de hostilidade contra a oposição.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, repercutiu o episódio e condenou o atentado “nos termos mais veementes”, reforçando a gravidade do ataque contra o senador colombiano.

O Itamaraty emitiu uma nota oficial na qual “condena de forma enérgica” o atentado contra o senador colombiano Miguel Uribe e expressa solidariedade à sua família. No comunicado, o governo brasileiro declarou seu “repúdio categórico a qualquer manifestação de violência política” e elogiou a rápida atuação das autoridades colombianas na captura do suspeito, destacando a confiança na apuração completa dos fatos.

Além do Brasil, os governos de Equador, Chile, México, Espanha e Paraguai também se manifestaram contra o ataque. A condenação ao atentado partiu ainda tanto do regime da Venezuela quanto da opositora venezuelana María Corina Machado.

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Last Update: 08/06/2025