No último sábado (7), o porta-voz das Brigadas Al-Qassam – braço militar do partido revolucionário Hamas – Abu Obeida, emitiu um alerta urgente: as forças da ditadura sionista estão sitiando um local em Gaza onde se encontra o refém sionista Matan Zangauker. Segundo ele, as ações militares do enclave imperialista colocam em risco a vida do capturado, mantido vivo pelo Hamas há um ano e oito meses. Eis o alerta de Obeida:
“Aviso urgente a quem possa interessar: as forças de ocupação estão sitiando um local onde se encontra o refém sionista ‘Matan Zangauker’. Afirmamos categoricamente que o inimigo não conseguirá recuperá-lo vivo. Se este prisioneiro for morto durante uma tentativa de libertá-lo, o exército de ocupação será o único responsável por sua morte, após nós termos preservado sua vida por um ano e oito meses. Quem avisa está isento.”
A advertência reforça que, caso Zangauker seja morto, a responsabilidade recairá exclusivamente sobre o exército de “Israel”, que demonstra total desprezo pela vida de seus próprios cidadãos. A cautela do Hamas em preservar a vida do refém contrasta com a indiferença criminosa do regime sionista em relação ao militar do país artificial, que intensifica bombardeios indiscriminados na Faixa de Gaza, sem considerar a presença de seus capturados.
O comunicado de Obaida destaca a estratégia do Hamas de usar os reféns sionistas como moeda de troca para libertar milhares de prisioneiros palestinos sequestrados pelas forças de ocupação. Diferentemente do governo de “Israel”, que parece indiferente ao destino de seus cidadãos capturados, o partido revolucionário adota uma postura de responsabilidade, buscando evitar que as operações militares sionistas resultem na morte de Zangauker.
Essa conduta reflete o cuidado do Hamas em manter os reféns vivos, enquanto o exército do país artificial prossegue com uma campanha de destruição que não poupa nem mesmo seus próprios nacionais. A situação em Gaza revela a natureza desumana da ditadura sionista. Bombardeios incessantes têm devastado a infraestrutura civil, incluindo hospitais, escolas e residências, em uma clara violação do direito internacional.
Oficialmente, a ofensiva criminosa de “Israel” já matou 54.677 palestinos e feriu outros 125.341 desde 7 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, embora outras estimativas aleguem que o número de mortes pode ser superior ao dobro reconhecido pelo governo de Gaza. Independente disso, uma das principais marcas dessa operação genocida é usar o rapto dos militares para executar uma política de terra arrasada, cujo objetivo é impedir o retorno dos palestinos às suas terras, especialmente no norte da Faixa.
Destruição deliberada no norte de Gaza
Um soldado da unidade do exército sionista, denominada Brigada Givati, revelou em entrevista ao site Drop Site News que as forças de “Israel” receberam ordens explícitas para destruir bairros inteiros no norte de Gaza, como parte de uma estratégia militar chamada Plano dos Generais. O objetivo, segundo o militar, é garantir que os palestinos não possam retornar às suas casas.
“Você simplesmente precisa destruir o bairro, para que eles não voltem. Essa é a missão, é o que eu cumpro“, declarou o soldado, que não teve sua identidade revelada. Ele admitiu que a ordem era “arrasar tudo”, incluindo escolas e outras estruturas civis, para eliminar qualquer possibilidade de retorno dos habitantes.
O Plano dos Generais, concebido pelo ex-general Giora Eiland, utiliza a privação de água, comida e medicamentos como armas de guerra para forçar os palestinos a se renderem ou morrerem de fome. Entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, as forças sionistas deslocaram centenas de milhares de pessoas do norte de Gaza, forçando-as a buscar refúgio em abrigos improvisados, como escolas superlotadas.
Cidades como Beit Lahia, Beit Hanoun, Jabalia e Rafá foram quase completamente destruídas, com a Brigada Givati desempenhando um papel central na execução dessas operações. O soldado entrevistado confessou que a ordem era clara: “é um lugar que você não precisa mais. É para achatar, então você simplesmente achata”.
Entre as ações mais chocantes, a Brigada Givati incendiou deliberadamente três escolas no norte de Gaza. “Quando você precisa desmontar um lugar, é para que os árabes não voltem”, afirmou o militar, evidenciando a intenção de apagar qualquer vestígio da presença palestina na região. Essa política de destruição sistemática tem sido acompanhada por ataques a infraestruturas essenciais, como hospitais, o que intensifica a crise humanitária na Faixa.
Resistência Palestina intensifica emboscadas
Enquanto o exército sionista avança com sua campanha de devastação, a Resistência Palestina responde com operações táticas cada vez mais sofisticadas. Na última sexta-feira (6), as Brigadas Al-Qassam executaram uma emboscada em Khan Younis, no sul de Gaza, que resultou na morte de quatro soldados sionistas e ferimentos em outros cinco. O ataque ocorreu quando uma unidade de elite, composta por membros das forças Maglan e Yahalom, entrou em um prédio supostamente utilizado pela Resistência. Um explosivo detonado pelos guerrilheiros fez o edifício colapsar, matando os militares.
Abu Obeida descreveu a operação como parte de uma série de ações “qualitativas” da Resistência, que têm infligido perdas significativas ao exército de “Israel”. Ele destacou que emboscadas como essa são um modelo do que espera as forças de ocupação, independentemente de onde estejam. “Os mujahideen (guerrilheiros), herdeiros dos profetas, estão lançando as pedras de Davi contra os carros de Gideão, esmagando a arrogância da ocupação”, declarou, em referência à superioridade moral e tática dos combatentes palestinos.
A imprensa sionista confirmou que o Hamas tem se preparado minuciosamente para enfrentar as incursões do exército de “Israel”, estudando suas táticas e armando emboscadas com explosivos improvisados. Apesar das medidas de segurança, como reconhecimento aéreo e uso de cães farejadores, o exército sionista não conseguiu evitar o colapso do prédio em Khan Younis. O incidente gerou uma investigação interna para apurar como a armadilha passou despercebida, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelas forças de ocupação.
Além da emboscada em Khan Younis, outras facções da Resistência Palestina intensificaram suas ações. As Brigadas Al-Quds, braço armado da Jiade Islâmica, relataram uma emboscada na área de Tel Al-Zaatar, leste do campo de Jabalia, na última sexta-feira (6). Os guerrilheiros detonaram explosivos improvisados contra uma força sionista que se abrigava em uma casa, causando baixas.
Já as Brigadas Abu Ali Mustafa, ligadas à Frente Popular para a Libertação da Palestina, lançaram dois foguetes de 107 mm contra posições sionistas ao norte de Beit Lahia, como resposta aos crimes da ocupação. Na mesma data, a imprensa sionista informou que um soldado reservista da Brigada de Paraquedistas 646 foi ferido por um morteiro no bairro de Al-Shuja’iyya, em Gaza.
Os recentes acontecimentos em Gaza, incluindo o alerta do Hamas sobre o risco à vida do refém Matan Zangauker, a revelação da estratégia de destruição deliberada pelo exército sionista e as emboscadas bem-sucedidas da Resistência, demonstram a profundidade da crise enfrentada pelo enclave imperialista. Enquanto “Israel” intensifica sua campanha de genocídio, matando dezenas de milhares de civis e destruindo a infraestrutura de Gaza, a Resistência Palestina responde com coragem e engenhosidade, desafiando a superioridade militar do inimigo.
O moral elevado das forças revolucionárias palestinas, combinado com sua capacidade de adaptação e organização, tem superado a gritante diferença de recursos entre os dois lados. As emboscadas em Khan Younis e Jabalia, assim como os ataques com foguetes e explosivos improvisados, mostram que a Resistência está ditando o ritmo do conflito em muitos aspectos.
A determinação dos guerrilheiros, que Abu Obeida compara às “pedras de Davi”, é um fator decisivo para a escalada das ações contra a ocupação. A vitória da Resistência Palestina, liderada pelo Hamas e outros partidos revolucionários, é apenas uma questão de tempo.