O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, anunciou que irá renunciar ao cargo após a derrota do Juntos, a coligação do presidente Emmanuel Macron, no segundo turno das eleições para a Assembleia Nacional. O Eliseu comunicou que Macron não irá se manifestar sobre o resultado da votação.

Attal é filiado ao mesmo partido de Macron, o Renascimento, e assumiu o cargo em janeiro como o premiê mais jovem desde a fundação da Quinta República da França. O correligionário do presidente também foi o primeiro abertamente gay.

“Apresentarei a minha demissão ao presidente da República amanhã de manhã”, adiantou. “Nunca irei aceitar que milhões dos nossos cidadãos optem por votar nos extremos. Aos franceses digo: respeito cada um de vocês. Algumas vidas são mais difíceis do que outras e são essas vidas que devemos melhorar. Onde quer que eu esteja, estarei sempre disposto a atingir esse objetivo”, afirmou.

Pesquisas de boca de urna publicadas após o fechamento das sessões eleitorais revelaram uma vitória surpreendente da Nova Frente Popular, uma rede de partidos e organizações de esquerda.

De acordo com o levantamento, a Assembleia Nacional terá a seguinte configuração:
Nova Frente Popular: entre 172 e 192 deputados
Juntos: entre 150 e 170 deputados
Reunião Nacional: entre 132 e 152 deputados
Republicanos: entre 63 e 68 deputados

“Esta noite, o partido político que representei nesta campanha não tem maioria. Assim, fiel à tradição republicana e de acordo com os meus princípios, apresentarei amanhã de manhã a minha demissão ao Presidente da República”, declarou.

Attal ainda afirmou que “nenhuma maioria absoluta pode ser conduzida por extremos”, indicando que a coligação do presidente Macron seguirá com a perigosa falsa equivalência entre a Nova Frente Popular e o Reunião Nacional.

Após o anúncio dos primeiros resultados, o líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, ordenou que Gabriel Attal “fosse embora” e declarou que o NFP deveria “governar”. “A derrota do presidente da República e da sua coligação está claramente confirmada. O presidente deve se curvar e admitir esta derrota sem tentar contorná-la de forma alguma”, sublinhou.

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Última Atualização: 07/07/2024