O presidente norte-americano Donald Trump assinou uma ordem na última quarta-feira (4) que proíbe a entrada de cidadãos de 12 países, incluindo o Afeganistão, abalando o aparato imperialista dos Estados Unidos na região. A medida bloqueia o reassentamento de milhares de afegãos que colaboraram com a ocupação norte-americana, como Fatima, ouvida pela agência de notícias Reuters e que trabalhou com a invasão imperialista, mas agora está presa no Paquistão, sem perspectivas de ingresso no país prometido. A política de Trump bagunça estratégia imperialista, que dependia de traidores locais para manter a influência em Cabul.
Fatima, que liderava um grupo alinhado aos interesses norte-americanos, reclama da decisão: “não somos al-Qaeda. Somos os que lutaram contra eles. Demos nossa juventude, nossa força, tudo o que tínhamos, pelo sonho de uma nação pacífica”. A traidora, que chegou ao Paquistão em 2023 para processar o visto, enfrenta o risco de deportação com a intensificação da repatriação pelo governo paquistanês. Mahbouba Seraj, ativista em Cabul, lamentou: “é terrível, muitas dessas pessoas venderam suas casas, não têm vida no Afeganistão”. A suspensão do programa de refugiados P-2, criado por Joe Biden em 2021, atinge criminosos que serviram à ocupação, deixando-os sem proteção.
A ordem de Trump, justificada como combate a “terroristas estrangeiros”, desmantela a rede de aliados que sustentava a presença dos Estados Unidos no Afeganistão. A retirada caótica de 2021, seguida pela ascensão do Talibã, já havia fragilizado o controle imperialista. Agora, a proibição de entrada e a paralisação do processamento de vistos intensificam a crise, evidenciando a incapacidade norte-americana de manter compromissos com seus colaboradores. A medida atinge diretamente figuras como Fatima, que apostaram na ocupação e agora enfrentam as consequências de sua traição.