Ao admitir à PF que enviou R$ 2 milhões para financiar Eduardo Bolsonaro nos EUA, Jair Bolsonaro se autoincriminou, ressalta o líder do PT na Câmara

“Ele confessou. Ao admitir à PF que enviou R$ 2 milhões para financiar Eduardo Bolsonaro nos EUA, Jair Bolsonaro se autoincriminou. Está claro que essa campanha nos Estados Unidos contra o Supremo é financiada por Jair Bolsonaro. A coisa tá ficando cada vez mais feia para ele e Eduardo! Estamos falando de uma organização criminosa”.

Assim se pronunciou o líder da bancada do PT na Câmara, deputado federal Lindberg Farias (RJ) em vídeo em suas redes sociais após o depoimento de cerca de duas horas do ex-presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5), no âmbito do inquérito que investiga a atuação de seu filho Eduardo contra autoridades brasileiras.

O ex-presidente inelegível declarou à PF que enviou “bastante dinheiro legal”, R$ 2 milhões ao filho Eduardo, deputado federal licenciado que está morando nos Estados Unidos. A confissão foi a gota d’água para que Lindbergh apontasse mais um capítulo da trama golpista dos que atentam diuturnamente contra a democracia brasileira e o Estado Democrático de Direito.

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“Está claro que essa campanha internacional, essa campanha nos Estados Unidos contra o Supremo, é financiada pelo Jair Bolsonaro, que quer uma sanção contra Alexandre de Moraes. Ele quer obstruir uma investigação no Supremo”, assinalou, ao tipificar o crime de Bolsonaro.

“O nome disso é coação no curso do processo, é um crime, artigo 344 do Código Penal. Hoje Jair Bolsonaro se autoincrimina e, mais do que isso, é um atentado à soberania nacional, é a continuidade de um outro crime, a abolição do Estado Democrático de Direito”, disparou Lindbergh no vídeo.

Fato gravíssimo

O envio de recursos para o exterior com a finalidade de praticar coação no curso do processo e obstruir a justiça, segundo ele, é fato gravíssimo. “Eduardo e Jair sofrerão as consequências jurídicas por atuarem para enfraquecer a soberania nacional e atacar o STF com ajuda de estrangeiros. A era da impunidade acabou — e o Brasil não será refém dos traidores da Pátria”, postou Lindbergh junto com o vídeo.

Ao perguntar qual a diferença entre o que Eduardo Bolsonaro está fazendo e os que depredaram o Supremo Tribunal Federal (STF) dia 8 de janeiro de 2023, o líder da bancada do PT acusou o andamento da tentativa degolpe. “É uma depredação simbólica, é um golpe continuado, feito por Eduardo Bolsonaro e financiado pelo seu pai, Jair Bolsonaro”, sentenciou.

Coautoria de crimes

Em seu perfil na rede social X, Lindbergh publicou que, após depor, Bolsonaro mencionou mais uma vez que o filho “não faz campanha por avaliações contra autoridades brasileiras” mas há vídeos, ofícios e postagens de Eduardo Bolsonaro em reuniões com congressistas dos EUA pedindo retaliações ao STF.

“Está tudo documentado — por eles mesmos. E pior: Bolsonaro confessou que enviou R$ 2 milhões para bancar o filho nos EUA. Disse que usou dinheiro arrecadado por Pix, cuja declarada era pagar multas. Não é ajuda de pai para filho. Ele é réu no processo da trama golpista. Isso o coloca como coautor de possíveis crimes do filho, ao financiar a atuação de uma possível organização criminosa sediada no exterior para sabotar instituições brasileiras.

Cassação de Zambelli

Lindbergh disse ainda que entrou com representação criminal contra a deputada federal Carla Zambelli, que saiu dos Estados Unidos e está na Itália, e defendeu sua cassação. “Também nós entramos com a representação criminal e um alerta vermelho da Interpol. A polícia italiana, a Interpol está atrás da Carla Zambelli. Vamos acompanhar porque é questão de tempo para essa criminosa Carla Zambelli ser presa na Itália. Nós, do parlamento brasileiro, só temos uma coisa a fazer: cassar o mandato dessa fugitiva, delinquente, dessa mulher que sempre conspirou contra a democracia brasileira”, ressaltou.

PGR atuante

A investigação contra Bolsonaro e seu filho foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que vê na atuação de Eduardo Bolsonaro o cometimento de crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito. O depoimento de Bolsonaro foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que foi escolhido relator do caso por também atuar no comando das ações da trama golpista e no inquérito das fake news.

PTNacional, com Agência Brasil

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Last Update: 06/06/2025