
Antes de fugir, Carla Zambelli brigou de novo com a família de Bolsonaro e seu entorno. Desentenderam-se por causa do PIX. Zambelli lançou uma campanha de arrecadação de dinheiro ao mesmo tempo em que a turma de Bolsonaro lançava outro apelo para reforçar o cofre do sujeito e manter Eduardo com mesadas nos Estados Unidos.
Zambelli reclamou. Eles estavam puxando para Bolsonaro doações que poderiam ser feitas para ela, em competição desleal. E aí se aprofundou o racha entre a foragida e Bolsonaro.
O dinheiro está no centro de quase tudo o que a extrema-direita faz. O grupo mais próximo de Bolsonaro tentou criar uma criptomoeda em 2024, sem sucesso. Trump e Melania, a mulher dele, têm criptomoedas.
Javier Milei, o fascista argentino, envolveu-se este ano com uma máfia internacional na criação da $Libra, uma moeda digital. O caso está sob investigação da Justiça, com evidências de envolvimento direto dele e da irmã, Karina, com uma quadrilha que agia também na Argentina.

Quem não consegue lançar criptomoeda faz apelos por PIX. Deltan Dallagnol arrecadou, há dois anos, mais de R$ 700 mil, depois de ter tentado criar uma fundação com R$ 2,5 bilhões de multas aplicadas à Petrobras durante as operações do lavajatismo.
Bolsonaro, em 2023, ganhou R$ 17 milhões via PIX. Zambelli, em menos de uma semana, antes de fugir, recebeu R$ 285 mil. A capacidade de conseguir dinheiro por PIX ou por moedas virtuais só funciona porque há gente disposta a financiar o fascismo.
E tem muito pobre sem condições de fazer doações para uma família que tem, comprados com dinheiro vivo, mais de 50 imóveis em nome do pai, dois filhos, irmãos e cunhados.
A extrema-direita, que já foi uma esponja de ideologias, hoje é um negócio de pilantras, sustentado por parte da velha direita dita liberal, que também tudo vende e tudo compra – principalmente patrimônio público.
No caso de Zambelli, Alexandre de Moraes determinou que todas as contas e todas as movimentações da deputada, incluindo o PIX, sejam bloqueadas. Mas aí é de se perguntar: ela manteve o dinheiro que já tinha e o arrecadado pelo PIX no próprio nome?
A asfixia financeira, que funciona para facções do crime organizado, vai funcionar para uma extremista foragida que não se sabe ainda onde foi parar?