Com o avanço do trabalho remoto e a crescente digitalização das rotinas profissionais, os celulares corporativos passaram a ocupar papel estratégico na operação das empresas. Ao mesmo tempo, os riscos aumentaram. O uso indevido dos aparelhos pode expor informações sigilosas e comprometer a segurança dos sistemas internos.
Prepare o aparelho
Segundo Stephanie Peart, head da Leapfone, a proteção começa antes mesmo de o celular chegar às mãos do funcionário. “O ideal é que o dispositivo seja entregue com todas as configurações já aplicadas, de acordo com as políticas da empresa”, explica.
Entre os cuidados recomendados está a elaboração de um termo de responsabilidade. O documento deve proibir, por exemplo, o uso de aplicativos não autorizados e o compartilhamento de dados sensíveis. Além disso, a escolha do modelo também importa. “A empresa deve optar por aparelhos com atualizações regulares de segurança”, afirma Stephanie.
Controle remoto
Outro passo necessário é a instalação de soluções de Mobile Device Management (MDM), que permitem gerenciar o celular a distância. “Essas ferramentas bloqueiam aplicativos, configuram e-mails com criptografia e possibilitam apagar dados remotamente em caso de roubo ou perda”, destaca a executiva.
Também é possível separar ambientes pessoais e profissionais no mesmo aparelho, caso essa seja a política adotada pela empresa.
Contas corporativas protegidas
Para reduzir riscos, Peart orienta que as contas de acesso sejam corporativas e protegidas com autenticação em dois fatores. Além disso, o uso de Single Sign-On (SSO) ajuda a evitar senhas fracas. “Quanto mais restrito o acesso, menor a chance de vazamentos”, pontua.
A lista de aplicativos também precisa ser controlada. O ideal é incluir apenas as ferramentas essenciais, como sistemas de comunicação, VPN corporativa e nuvem segura.
Proteja o aparelho fisicamente
A segurança física do celular também não pode ser ignorada. A recomendação é registrar o número de IMEI, usar capas protetoras reforçadas e contratar seguro contra roubo e danos. “Essas ações reduzem prejuízos e ajudam a TI a manter o controle do inventário”, afirma Stephanie.
Treine os funcionários
Mesmo com a tecnologia certa, a segurança depende das pessoas. Por isso, a especialista reforça a importância da educação digital. “É indispensável oferecer treinamentos sobre phishing, redes públicas e boas práticas de senhas”, destaca. Um checklist com orientações claras também pode ser incluído na entrega do aparelho.
Atualizações e auditorias ativas
Depois da entrega, o monitoramento deve ser constante. É importante manter as atualizações automáticas ativadas e fazer auditorias regulares para identificar falhas ou acessos fora do padrão. “Monitorar tentativas de invasão e corrigir vulnerabilidades é parte da rotina de segurança”, lembra Peart.
Soluções modernas e atualizadas
Novas tecnologias estão ajudando a elevar o nível de proteção dos celulares corporativos. Recursos como autenticação biométrica, contêineres de dados separados e a arquitetura Zero Trust vêm ganhando espaço nas empresas.
Ao adotar uma abordagem completa — com configuração inicial, ferramentas de controle, monitoramento contínuo e capacitação das equipes —, as empresas conseguem manter seus dados protegidos e reduzir riscos no ambiente digital.
“Hoje, a tecnologia permite mais controle e agilidade. Ignorar essas soluções é perder competitividade”, complementa a especialista.