
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de quinta-feira (5), a solicitação de licença de 127 dias do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está foragida do país. A vaga deixada pela bolsonarista será ocupada por Coronel Tadeu, também do PL.
A deputada, após deixar o Brasil e seguir por terra até a Argentina, viajou para os Estados Unidos e, posteriormente, para a Itália. Zambelli foi incluída na lista de procurados da Interpol, após uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De acordo com a Câmara, a licença concedida é composta por sete dias para tratamento de saúde e outros 120 dias para “interesse particular”. A decisão foi publicada em edição extra no Diário da Câmara.
A licença é sem remuneração. Como deputada, Zambelli recebe mais de R$ 46 mil mensais. O ministro Alexandre de Moraes já enviou um ofício à Câmara para suspender o salário da deputada, visto que ela fugiu do Brasil.
A bolsonarista havia feito a solicitação em 29 de março, antes de sua prisão preventiva ser decretada por Moraes. A partir da data da solicitação, o período da licença será contado até 2 de outubro deste ano.

A deputada foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o hacker Walter Delgatti Neto. Ela também enfrenta acusação de falsidade ideológica por inserir documentos falsos no sistema, incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes.
Após sua fuga, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF que determinasse a prisão preventiva de Zambelli e a inclusão de seu nome na lista da Interpol. Além disso, um novo inquérito foi aberto para investigar se a deputada tentou obstruir a apuração do caso do CNJ.
Entre as medidas determinadas por Moraes, está a quebra do sigilo bancário para investigar se Zambelli recebeu ajuda financeira para a fuga, além de monitoramento das redes sociais ligadas à deputada.