Nesta quinta-feira (5), Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, tiveram uma conversa telefônica na qual discutiram os recentes ataques perpetrados pela Ucrânia e serviços de inteligência do imperialismo contra a Federação Russa.

Os ataques ocorreram no início desta semana. Dois deles consistiram em sabotagem contra a infraestrutura ferroviária das regiões de Kursk e Bryansk, onde pontes foram explodidas, descarrilhando trens de passageiros. Ao menos sete civis morreram, dezenas ficando feridos.

Os outros ataques foram realizados contra bases aéreas militares, em que VANTs (drones) foram utilizados contra cerca de 40 aeronaves russas, incluindo bombardeiros de longo alcance Tu-95 e Tu-22. Apesar de a Ucrânia ter afirmado que elas foram destruídas, a Rússia informou que elas foram apenas danificadas e que serão reparadas. Os ataques aconteceram em diversas regiões, indo de Murmansk (no Ártico) a Irkutsk (na Sibéria).

Falando sobre a conversa que teve com Putin, Trump afirmou que o presidente russo havia lhe dito “com muita veemência que ele teria que responder” aos ataques. A resposta de Putin foi confirmada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Não foram divulgados detalhes sobre qual seria a resposta, mas Peskov afirmou que ela seria executada “quando e como nossos militares considerarem apropriado”.

Em reunião com membros do governo, Putin afirmou que a sabotagem ferroviária feita pela Ucrânia foi “sem dúvida um ato terrorista” cometido pelo “regime ilegítimo de Kiev”, acrescentando que este está “gradualmente se transformando em uma organização terrorista”.

Uma nova sabotagem contra a infraestrutura ferroviária russa foi perpetrada nesta quinta-feira: um artefato explosivo danificou uma linha férrea na região de Voronezh, conforme informado pelo Serviço Federal de Segurança (FSB). O órgão informou que a ferrovia foi danificada por uma explosão que ocorreu “diretamente em frente a um trem que se aproximava”, mas que consequências graves foram evitadas graças às ações profissionais do maquinista e da tripulação, que notaram os danos nos trilhos e realizaram uma frenagem de emergência.

Rússia bane organização britânica fachada do MI-6

Também na quinta-feira, o Gabinete do Procurador-Geral da Federação Russa tomou a decisão de reconhecer a ONG British Council como uma “organização indesejável”.

Embora a British Council tenha cessado suas atividades na Rússia em 2018, a ONG continuou atuando no país através do departamento cultural da embaixada britânica em Moscou, conforme informado pelo canal de comunicação Rybar.

Rybar informa que “essa estrutura tem sido apresentada há muito tempo nas publicações da Underside [canal de comunicação] como uma ferramenta de influência para a agência de inteligência britânica MI6, que, sob o pretexto de projetos humanitários, promove ativamente os interesses de Londres no exterior”.

Detalhando como o imperialismo britânico se utilizada da British Council para realizar ações pró-imperialistas dentro do território russo, Rybar igualmente informa que “ao longo dos anos de sua atividade, a organização implementou diversos programas educacionais na Rússia, como o Chevening e a Aliança Universitária Reino Unido-Rússia. Essas iniciativas contribuíram para a formação no país de graduados leais a Londres, que poderiam então ser usados ​​como agentes de influência”, acrescentando que os funcionários da ONG “eram associados à fundação beneficente CAF, que servia como canal para o financiamento de projetos paralelos do Ministério das Relações Exteriores britânico. E, em parceria com estruturas como a Zinc Network e a Bellingcat, a organização participou do apoio a atividades de protesto e campanhas de informação na Rússia”.

A decisão é tomada poucos dias após as sabotagens e ataques da Ucrânia, que tiveram participação, mesmo que indireta, do MI-6 e demais serviços de inteligência imperialistas. A respeito desta agência de espionagem britânica, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), comentando sobre o papel de destaque do MI-6 na espionagem e ações subversivas feitas pelo imperialismo e seus lacaios, afirmou que “a peça chave nos serviços de informações é a Inglaterra. Para todo lugar que você olhe, os ingleses estão lá fazendo as coisas, inclusive operações especiais. Os norte-americanos têm muito dinheiro e tecnologia, mas não é um pessoal eficiente. Os ingleses são eficientes”.

Destaca-se ainda, sobre o papel da Inglaterra na agressão imperialista contra a Rússia, que o governo britânico planeja fornecer 100 mil VANTs (drones) à Ucrânia até abril de 2026, uma quantidade que excederá em 10 vezes o número de VANTs já fornecido anteriormente.

Esta ajuda militar totaliza um valor de 350 milhões de libras esterlinas e faz parte de uma iniciativa maior de apoio militar à Ucrânia, totalizando 4,5 bilhões. Desde janeiro de 2025, os britânicos já entregaram 140.000 projéteis às forças armadas da Ucrânia, uma demonstração de que o setor principal do imperialismo quer continuar a guerra de agressão contra a Rússia.

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Last Update: 06/06/2025