A pressão da política ambiental elaborada e difundida pelo imperialismo deixou a esquerda pequeno-burguesa mais inofensiva que um mosquito. É uma política que procura impedir o desenvolvimento dos países atrasados e não tem absolutamente nada a ver com a defesa do meio ambiente ou o que quer que seja.
Este é o caso do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) que tirou uma matéria (coluna) recentemente que tem o objetivo de protestar “contra mudanças climáticas” e lutar contra o PL 2159/2021, chamado de “PL da Devastação”.
Segundo o colunista Jeferson Choma, autor do artigo Nem mais uma boiada: Mobilização popular contra o retrocesso ambiental, o projeto “vai atingir as Terras Indígenas, os Territórios Quilombolas e as Unidades de Conservação (Parques, Reservas Extrativistas, Ecológicas etc.), ao excluir do licenciamento as Terras Indígenas e Quilombolas ainda não regularizadas e ao considerar Unidades de Conservação apenas em caso de impacto direto”.
Segundo o PSTU, a pavimentação da BR-319, que está abandonada, “vai significar a abertura de mais uma frente de desmatamento, queimadas, exploração de madeira, invasão a terras indígenas, do boi e da expansão da fronteira da agricultura capitalista, o chamado agronegócio”.
E que esta única pavimentação “vai levar a Amazônia ao colapso, à diminuição de chuvas na região e em grande parte do país (o fim dos ‘rios voadores’) e sua conversão em uma savana degradada, emitindo mais carbono do que absorvendo, acelerando o aquecimento global”.
A posição do partido contra o desenvolvimento nacional é uma expressão da influência do imperialismo dentro do próprio PSTU. É de grande conhecimento na esquerda que as defesas ambientais, feitas em grande medidas por ONGs internacionais, não passam de uma ingerência da política dos grandes capitalistas para os países atrasados.
Isso sem mencionar os exageros típicos quando se debate o tema. Se a pavimentação de uma BR vai acabar com o mundo em razão da destruição total da Amazônia que será promovida, o correto mesmo é reflorestar todo o Brasil, a começar pelas grandes capitais, destruindo prédios, indústrias, estradas e todo resto. É uma política que não tem absolutamente nada de revolucionária, sequer pode ser dito que essa defesa é de esquerda.
Obviamente o governo Lula, segundo o PSTU, é o culpado da possível destruição total do mundo, e que a pressão de empresários e capitalistas contra o PT e Lula é “narrativa recorrente” desprovida de verdade, pois, segundo o PSTU, Lula “fortalece o agronegócio, mas também reforça e reproduz as condições objetivas que sustentam o fortalecimento da bancada ruralista e a manutenção de um modelo neocolonial, que posiciona o país como produtor de commodities e, consequentemente, contribui para o avanço da extrema direita”.
Ou seja, a política de Lula é que contribui para o avanço da direita. Na realidade, para o PSTU, Lula e a direita são a mesma coisa. Falar que existe alguma diferença aí é uma “narrativa recorrente”. Sem analisar o problema do ponto de vista de classes, o PSTU cai, novamente, no “Fora Todos”, que foi justamente a política que despedaçou o partido.
Não satisfeitos com sua demagogia ambiental – um discurso vazio que busca alimentar ilusões –, agora os oportunistas do PSTU recorrem à demagogia feminista, tentando usar essa bandeira para defender a lacaiagem da ultraimperialista Marina Silva. Como se uma Petrobrás forte ou uma base de exploração de petróleo fossem ameaças à humanidade, e não parte do desenvolvimento nacional sabotado pelos entreguistas de sempre.
“(…) nada justifica tolerar práticas misóginas e racistas que violam a dignidade de uma mulher negra, amazônida, com uma trajetória marcada pela luta e pelo reconhecimento internacional”, diz o PSTU por meio de seu colunista Jeferson Choma. Ou seja, não importa se Marina Silva quer vender o País todo para os norte-americanos, importa que ela é mulher e ponto final.
É por conta dessa demagogia rasteira que os Estados Unidos estão empenhados em “desenvolver lideranças” e “empoderar” mulheres, índios e negros, ou seja, para poder fazer o trabalho sujo sob a cobertura identitária, na qual qualquer crítica é machismo, racismo, etc.
Como conclusão, está a convocatória para participar de atos em defesa do meio ambiente, pois “só a pressão direta e organizada pode frear a agenda predatória e garantir justiça socioambiental”.
Não existe no vocabulário marxista a tal justiça socioambiental, e nem a luta contra “a agenda predatória”, que são todos termos elaborados cuidadosamente por quem toma conta do mundo inteiro. E não existe por não conter aí nada que faça evoluir a consciência dos trabalhadores, nada que faça chegar à conclusão da necessidade de um partido e de uma revolução.
Pelo contrário, a questão ambiental, tal como é apresentada, é sinônimo de um atraso total, de estrangulamento do desenvolvimento de um país, além de ser uma política claramente defendida pelo imperialismo e, como tal, deve ser denunciada pelo seu caráter desastroso para a classe operária e para o desenvolvimento nacional como um todo.