
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma das maiores honrarias da história diplomática brasileira ao ser homenageado pela Academia Francesa nesta quinta-feira (5/6), em Paris. Lula tornou-se o segundo líder brasileiro a ser recebido pelos “Imortais”, um título concedido a apenas 19 chefes de Estado ao longo de 400 anos de história da instituição. Emocionado, o presidente usou a rede social X para expressar sua gratidão pela homenagem e ressaltou sua trajetória, marcada pelas origens humildes no Nordeste do Brasil.
“Eu queria dizer aos membros da Academia que vocês estão homenageando um cidadão brasileiro que não é acadêmico. Eu nasci numa região muito pobre em meu país, o Nordeste brasileiro. Eu só tenho um diploma primário e um curso técnico. O restante eu aprendi na vida, para sobreviver. Queria dizer para vocês que eu estou muito orgulhoso em ser o segundo brasileiro a ser homenageado nesta Academia”, afirmou o presidente em seu agradecimento.
Lula, que visita a França pela terceira vez em sua atual presidência, afirmou estar “muito orgulhoso” por ser o segundo brasileiro a ser reconhecido pela Academia Francesa. Durante seu discurso, ele fez questão de enfatizar que, apesar de não ser acadêmico, sua história de vida é um reflexo da superação e aprendizado contínuo, algo que ele considerou um marco na sua trajetória pessoal e política.
O encontro também foi marcado por um gesto simbólico: a inclusão do termo “multilateralismo” no dicionário da Academia Francesa. O conceito, que define uma forma de interação entre países para resolver problemas comuns, é especialmente relevante no atual cenário de globalização e cooperação internacional.
Eu queria dizer aos membros da Academia que vocês estão homenageando um cidadão brasileiro que não é acadêmico. Eu nasci numa região muito pobre em meu país, o Nordeste brasileiro. Eu só tenho um diploma primário e um curso técnico. O restante eu aprendi na vida, para sobreviver.… pic.twitter.com/CZF4OASzr2
— Lula (@LulaOficial) June 5, 2025
Lula destacou a importância dessa palavra no cenário diplomático e a presença dos princípios de multilateralismo nas políticas brasileiras. Ele aproveitou a ocasião para explicar o impacto do multilateralismo na solução de conflitos, como a erradicação da varíola e o acordo para a preservação da camada de ozônio.
Além de sua homenagem, Lula foi recebido com uma edição especial do dicionário francês, contendo o novo verbete “multilatéralisme”. O presidente ressaltou a relevância histórica e política do multilateralismo, defendendo a sua importância para o fortalecimento das relações internacionais e para a construção de um futuro mais cooperativo e justo para todos os países.
A visita também ressaltou os laços culturais e diplomáticos entre Brasil e França, com Lula destacando a relação da Academia Brasileira de Letras (ABL) com a Academia Francesa. O Brasil, segundo Lula, sempre procurou cultivar a palavra e promover o diálogo como formas de evolução social e política.
Lula se despediu do evento com um forte apelo à união entre as nações e o fortalecimento dos valores democráticos. “A democracia e o multilateralismo são as duas faces de uma mesma visão de mundo”, afirmou, pedindo uma reconquista do poder dos termos para um futuro mais inclusivo.