A Quaest publicou hoje mais dados da pesquisa que realizou nos últimos dias, com oito cenários eleitorais para 2026.
Lula empata ou vence em todos.
Creio que isso seja um sinal importante de que o presidente, até pelo fato de estar no poder e ter controle da “máquina”, se mantenha como favorito para as eleições de 2026.
Se consideramos também que os indicadores econômicos permanecem sólidos, com previsão de crescimento do PIB para este ano e o próximo, desemprego em queda, contas públicas em ordem e inflação sob controle, tudo indica que o presidente deve iniciar sua campanha pela reeleição em situação bastante competitiva.
Separei aqui os paineis que achei mais emblemáticos.
A pesquisa apurou o voto espontâneo, no qual o entrevistado precisa apontar seu candidato em 2026 sem que lhe seja apresentado previamente nenhum nome. O resultado é um pouco bizarro, com Lula e Bolsonaro pontuando apenas 11% e 9% respectivamente, o que sinaliza uma atmosfera de baixíssima temperatura política no país.
Difícil saber quem se beneficia com essa baixa temperatura, mas suponho que não deve ser ruim para o governo. Quando a temperatura política se eleva fora do período eleitoral, isso costuma significar crise política e insatisfação popular. Se tão pouca gente sabe em quem votar em 2026 (ou, o que me parece mais lógico, finge não saber, ou prefere não responder), é porque as coisas estão calmas.
O primeiro cenário para eventual segundo turno em 2026 traz o presidente Lula matematicamente empatado com Bolsonaro, com 41% para ambos, o que reflete a mesma divisão do país que vimos em 2022.
O cenário 2, que prevê uma disputa entre Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Lula, no segundo turno, também traz igualmente um empate: 41% x 40%.
A pesquisa deixa claro ainda que a preferência do eleitorado bolsonarista, no caso de Jair não conseguir reverter a decisão que lhe cassou os direitos políticos, é por Michelle: 44% responderam que a preferem, contra apenas 17% para Tarcísio e 10% para Eduardo Bolsonaro.
Entre o eleitorado de direita (mas não identificado como bolsonarista), o maior grupo (32%) é formado pelos que defendem a candidatura de Tarcísio de Freitas.
Numa disputa com Michelle Bolsonaro, o presidente Lula venceria com 4 pontos de diferença: 43% X 39%.
Conclusão
Apesar da divisão das opiniões, a pesquisa Quaest reflete uma atmosfera de estabilidade política e normalidade democrática, o que não é ruim para quem está no poder.
O presidente Lula mantém suas chances para 2026, e a oposição já encontrou nomes fortes para substituir Jair Bolsonaro.
O avanço das investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, deve criar uma série de dificuldades para a oposição ao longo dos próximos meses. Em parte, a emoção gerada pelo processo nem é de todo ruim para os aliados de Bolsonaro, pelo engajamento que produz. Para uma oposição sem projeto nacional, o vitimismo pode ser uma oportunidade para construir uma campanha baseada exclusivamente nisso. Mas no geral será ruim para a direita, ainda mais agora que seu ídolo internacional, o presidente americano Donald Trump, está cada vez mais enfiando os pés pelas mãos com seu caos tarifário.
Até as eleições, Lula terá oportunidade de apresentar realizações, consolidar alianças e construir sua campanha. Está firme no jogo e com muita chance de conquistar um quarto mandato presidencial.
Clique aqui para baixar a íntegra da pesquisa.