Autoridades israelenses analisam estratégias para impedir que um navio da Flotilha da Liberdade chegue à Faixa de Gaza.

A embarcação, que transporta ativistas e ajuda humanitária, partiu de Catânia, na Sicília, e tem chegada prevista ao enclave palestino no dia 8 de junho. Fontes de segurança israelenses afirmam que o governo estuda apreender o barco e prender os ocupantes.

A informação foi divulgada por veículos da imprensa hebraica, incluindo a Corporação de Radiodifusão Israelense (KAN), que estimou a chegada da embarcação em cerca de quatro dias.

Inicialmente, Israel teria considerado permitir o atracamento do navio, por não representar ameaça à segurança. No entanto, segundo a KAN, a possibilidade foi descartada para evitar a criação de precedentes que possam encorajar novas tentativas de romper o bloqueio à Gaza.

De acordo com o portal Walla News, ainda não há uma decisão final por parte do exército sobre como lidar com o navio. Fontes militares afirmaram que forças israelenses serão deslocadas para a região e que será enviada uma mensagem aos ativistas, alertando-os para que não entrem em águas sob bloqueio.

“O comando naval Shayetet 13 e unidades de barcos de mísseis estão se preparando para a possibilidade de realizar uma operação para apreender o navio e prender os participantes”, disseram as fontes militares ao veículo israelense.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, convocou uma reunião para o dia 5 de junho com o objetivo de definir a resposta oficial. A operação contra o navio está em avaliação junto aos comandos de segurança e à marinha israelense.

A bordo do navio humanitário Madleen estão 12 ativistas pró-palestinos, entre eles a ativista climática Greta Thunberg, o ator Liam Cunningham, conhecido pela série Game of Thrones, e a atriz Susan Sarandon. Os três já se manifestaram publicamente contra a atuação de Israel em Gaza e criticaram o bloqueio imposto à região.

Segundo os organizadores, o objetivo da missão é romper simbolicamente o bloqueio e entregar uma quantidade limitada de ajuda humanitária ao território. A ação ocorre em meio a uma escalada nas tensões envolvendo a situação humanitária em Gaza e o cerco mantido por Israel há mais de 15 anos.

Um dos ativistas divulgou um vídeo no qual afirma que um drone israelense sobrevoava a embarcação. Ele também citou um episódio anterior, ocorrido em 2 de maio, em que um navio da Flotilha da Liberdade teria sido bombardeado por um drone israelense. O ataque teria causado um buraco na estrutura da embarcação, resultando em incêndio e risco de naufrágio.

O Canal 12 de Israel relatou no ano passado que as forças israelenses haviam conduzido treinamentos voltados especificamente para lidar com tentativas de romper o bloqueio por meio de embarcações civis.

A atual iniciativa remete ao episódio de 2010, quando comandos israelenses interceptaram navios da Flotilha da Liberdade que se dirigiam a Gaza com ajuda humanitária. A ação, realizada a partir de helicópteros, resultou na morte de nove civis turcos e ferimentos em outros 30 ativistas de diversas nacionalidades. O episódio gerou repercussão internacional e levou a um desgaste diplomático entre Israel e a Turquia.

Desde então, novas iniciativas de ativistas internacionais para romper o bloqueio marítimo têm sido monitoradas e, em muitos casos, interceptadas por Israel. O governo israelense justifica as ações com base em questões de segurança, enquanto organizações internacionais e grupos de direitos humanos questionam a legalidade e as consequências do bloqueio à população civil de Gaza.

O navio Madleen foi equipado com suprimentos médicos e alimentos, segundo os organizadores da flotilha. A quantidade de ajuda é descrita como limitada e de valor simbólico, com o objetivo de atrair atenção internacional para a situação na Faixa de Gaza.

A missão conta com o apoio de diversas organizações internacionais e movimentos solidários à causa palestina. A composição da tripulação e a presença de figuras públicas conhecidas ampliaram a visibilidade da operação nas redes sociais e em veículos de imprensa internacionais.

A decisão final do governo israelense será tomada após a reunião com o ministro da Defesa e deve levar em conta avaliações militares, jurídicas e diplomáticas. A possibilidade de apreensão do navio e detenção dos passageiros segue em análise, conforme o histórico de respostas anteriores a ações semelhantes.

Até o momento, não há posicionamento oficial do governo israelense sobre a operação da flotilha. Tampouco foram divulgadas reações por parte das autoridades palestinas ou de organismos internacionais. O caso segue em acompanhamento por parte da imprensa e de entidades envolvidas na missão humanitária.

Com informações do The Cradle

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Last Update: 05/06/2025