Reconhecer um Estado palestino neste momento enviaria “um sinal ruim”, declarou o chefe da diplomacia alemã, Johann Wadephul, nesta quinta-feira 5, em contraste com vários países europeus, que já o fizeram.
“Este processo deve ocorrer no âmbito das negociações entre Israel e os palestinos antes que possamos reconhecer um Estado palestino”, afirmou Johann Wadephul durante uma coletiva de imprensa com seu homólogo israelense, Gideon Saar, em Berlim.
É uma posição “que também defendemos com nossos parceiros e amigos europeus”, acrescentou Wadephul.
Vários países europeus, como Espanha, Irlanda e Noruega, reconheceram o Estado palestino.
França, Reino Unido e Canadá anunciaram recentemente que consideram fazê-lo depois que Israel intensificou sua ofensiva em Gaza e bloqueou a ajuda humanitária ao território palestino.
Israel enfrenta crescente pressão internacional para encerrar a guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023, em solo israelense.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores alemão indicou que “reiterou” ao seu homólogo israelense seu “pedido urgente de autorização para o fornecimento de ajuda humanitária a Gaza sem restrições”.
“Não se trata apenas de um imperativo humanitário, mas também de uma questão de direito internacional vigente”, insistiu.
Ele também criticou a decisão do governo israelense de autorizar a construção de 22 assentamentos na Cisjordânia, afirmando que “essa política de colonização viola o direito internacional”.
Seu homólogo israelense, Gideon Saar, enfatizou que Israel “precisa do apoio da Alemanha nestes tempos difíceis”.
“Israel enfrenta um ataque militar, jurídico, diplomático e econômico”, observou o chanceler israelense.