
Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo, usou as redes sociais nesta quinta-feira (5) para afirmar que a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL), considerada foragida, condenada e com prisão preventiva no Brasil, está na Itália.
“A deputada Carla Zambelli já está bem e em segurança na Itália”, escreveu o bolsonarista, que também está foragido, no X. Ele também ofereceu ajuda à parlamentar enquanto ela esteve nos Estados Unidos.
A deputada Carla Zambelli já está bem e em segurança na Itália.
— Paulo Figueiredo (8) (@pfigueiredo08) June 5, 2025
Zambelli afirmou que planeja iniciar uma campanha contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na Europa, seguindo os moldes de outro fujão, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que ainda permanece nos Estados Unidos.
Bonelli afirmou que “não se pode usar a cidadania italiana para se escapar de uma condenação. A Itália, portanto, corre o risco de se tornar um paraíso para gente condenada. Aguardamos uma resposta clara do governo italiano em caso de, se pretende extraditar Carla Zambelli para o Brasil”.
Já no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, acatou o pedido do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, e determinou, na última quarta-feira (4), a prisão de Zambelli.
A deputada bolsonarista foi condenada em maio pelo STF a dez anos de prisão e à perda do mandato, por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), junto com o hacker Walter Delgatti. A condenação a tornou inelegível por oito anos, mas ela ainda pode recorrer.
A fuga
Zambelli, que fugiu do Brasil pela fronteira terrestre com a Argentina para não deixar rastro e, de lá, partiu para a Flórida, passou a cogitar ficar em solo norte-americano, após sinalizar que embarcaria para a Itália, onde tem cidadania.
Integrantes do governo de Donald Trump ainda sinalizaram a bolsonaristas que um pedido de extradição da deputada ao Brasil seria negado pelos Estados Unidos, caso ela estivesse no país. Com essa informação, Zambelli chegou a reconsiderar sua ida para a Itália, onde a proteção contra extradição seria mais frágil.
Aliados de Zambelli também argumentaram que ela poderia contar com o apoio de uma comunidade de brasileiros bolsonaristas bem estabelecida nos Estados Unidos, principalmente na Flórida, para viver e trabalhar, caso escolhesse ficar por lá.
A mudança de destino, no entanto, só seria concretizada caso houvesse uma garantia mais clara das autoridades norte-americanas de que Zambelli poderia permanecer no país sem o risco de ser entregue ao governo brasileiro, após sua recente condenação pelo STF.