Um encontro em Santa Catarina reuniu líderes do conservadorismo brasileiro e mundial em Balneário Camboriú. O CPAC Brasil, que ocorreu no fim de semana, contará com várias figuras proeminentes da direita, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da Argentina, Santiago Cafiero.
O evento, marcado pela presença de bolsonaristas e aliados de Bolsonaro, também terá palestras de José Antonio Kast, ex-candidato à presidência do Chile, e dos governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Jorginho Mello (SC). Além deles, senadores e deputados bolsonaristas como Bia Kicis (PL-DF) também participarão. Embora muitos dos presentes se identifiquem como políticos de direita, a ciência política frequentemente distingue entre direita e extrema direita.
O encontro de Cafiero e Bolsonaro!!pic.twitter.com/80zFNPb4Ux
— Pavão Misterious ???????? (@misteriouspavao) July 7, 2024
Milei, por exemplo, é conhecido por questionar os números de mortes da ditadura argentina e por se opor a leis que beneficiam as mulheres. Kast, do Chile, ganhou notoriedade por criticar os direitos de minorias, incluindo a comunidade LGBTQIA+. Tais líderes compartilham uma visão negacionista sobre as mudanças climáticas, com Milei chamando-as de “mentiras socialistas”.
Para especialistas, o bolsonarismo é visto como parte dessa direita radical, especialmente pela defesa de projetos como o PL do Aborto, que visa alterar leis de 1940 que garantem direitos às mulheres.
Maior presença da extrema direita
A extrema direita, antes marginalizada, tornou-se uma força política significativa no Brasil. Analistas dizem que esse grupo conseguiu normalizar posições radicais, puxando o debate público para a direita. Na Câmara dos Deputados, o discurso agressivo se tornou comum, com confrontos frequentes entre parlamentares bolsonaristas e da esquerda em comissões de Educação, Segurança Pública e Direitos Humanos.
A agressividade presente na política desde a campanha de Jair Bolsonaro em 2018 internalizou-se na Câmara. Deputados bolsonaristas frequentemente usam a retórica ofensiva, como Bolsonaro, que insultou publicamente ministros do STF. A direita radical no Brasil também se destaca por suas posições ultraconservadoras, influenciadas pela religião.
Muitos parlamentares que antes se identificavam como extrema direita agora rejeitam esse rótulo, considerando-o uma tentativa da imprensa e de cientistas políticos de menosprezar o movimento conservador. O deputado Filipe Barros (PL-PR), líder da oposição na Câmara, afirma que o termo “extrema direita” é usado de forma pejorativa para classificar conservadores que são contra o aborto e a ideologia de esquerda.
Barros argumenta que a maioria da população compartilha desses valores conservadores, e o termo “extrema esquerda” não é usado para definir pautas do PSOL, por exemplo.
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