Ministro Alexandre de Moraes também determinou o bloqueio de contas bancárias, suspensão das redes sociais e inclusão do nome da bolsonarista na lista de procurados da Interpol
Condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada bolsonarista Carla Zambelli teve a prisão decretada nesta quarta-feira (04). O mandado foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes após Zambelli fugir do país para não cumprir a pena imposta pela Corte. Assim como Eduardo Bolsonaro, a deputada deixou o país e foi rumo aos Estados Unidos.
Em entrevista concedida à CNN Brasil, Zambelli afirmou que iria para a Itália, em uma tentativa de não ser alcançada pelas autoridades brasileiras. No despacho que autoriza a prisão, o ministro Alexandre de Moraes também determina a inclusão do nome da bolsonarista na lista vermelha de difusão da Polícia Internacional, a Interpol. Com isso, após a inclusão do nome, ela pode ser presa caso tente sair do solo norte-americano. As autoridades brasileiras também podem pedir extradição, tendo em vista a necessidade de cumprir pena no Brasil.
Moraes também determinou a suspensão de todos os perfis de Zambelli nas redes sociais, mesmo os que ela tenha passado para o nome da mãe, em uma tentativa frágil de se livrar de punições legais. Os passaportes em poder dela também devem ser suspensos e todas as contas bancárias bloqueadas, a fim de dificultar que ela continue fugindo.
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Intuito criminoso de Zambelli
“A condenada Carla Zambelli, no exercício do mandato parlamentar, momento em que deveria zelar pelo equilíbrio e harmonia entre os Poderes, dedicou-se a ações criminosas destinadas a desacreditar o Poder Judiciário e suas autoridades. Instrumentalizou sua condição de deputada federal para arregimentar, sob o pálio da suposta legalidade, pessoa com conhecimento técnico em invasão de sistemas, remunerado para realizar condutas flagrantemente ilícitas, pelas quais foi condenada, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirmou o ministro, na decisão.
“Lamentavelmente, o intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo e reiterado, insistindo a condenada – mesmo que de modo atabalhoado e confuso – na divulgação de notícias fraudulentas, no ataque à lisura das eleições e nas agressões ao Poder Judiciário”, destaca o texto.
Condenação
Carla Zambelli foi condenada por unanimidade pelo Supremo após invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça. De acordo com as investigações, a criminosa contratou o hacker Walter Delgatti para inserir um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes. No julgamento, os ministros destacaram que ela foi a mandante do crime e articulou todas as ações ilegais que ensejaram o acesso indevido ao sistema que abastece todo o Poder Judiciário.
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Esta não é a única atitude criminosa da deputada bolsonarista. Ela também perseguiu em São Paulo um homem negro nas vésperas das eleições de 2022. A deputada se irritou após o homem declarar que votaria no presidente Lula. Descontrolada, ela sacou a arma e foi atrás do eleitor, assustando quem estava na região. As imagens repercutiram rapidamente e chocaram eleitores, diante da conduta criminosa em via pública.
Do PT Nacional