
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). No pedido, o procurador-geral Paulo Gonet também requisitou a inclusão do nome da bolsonarista na difusão vermelha da Interpol, além do sequestro de bens e da apreensão de seu passaporte, conforme informações do Globo.
O objetivo das medidas, segundo a PGR, é garantir a aplicação da lei e assegurar a reparação dos danos causados, conforme a denúncia que resultou na condenação de Zambelli pela Corte, no dia 14 de maio. A solicitação será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
Zambelli afirmou ter deixado o Brasil na terça-feira (3), em entrevista à Rádio Auriverde, transmitida no YouTube. Ela alegou ser alvo de “perseguição judicial” e declarou que pretende viver em alguma cidade do interior da Itália, utilizando sua cidadania italiana para evitar uma possível extradição.
"Eu queria anunciar que eu estou fora do Brasil. Já faz alguns dias", diz a deputada federal Carla Zambelli. Leia mais: https://t.co/TmufJa08XQ pic.twitter.com/ZYjK1eSoDH
— O Antagonista (@o_antagonista) June 3, 2025
Após a fuga, a bolsonarista também desafiou Moraes. Ela afirmou que autoridades brasileiras podem até acionar a Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial entre países, mas não vão conseguir retirá-la da Itália.
“Eu tenho um passaporte italiano, pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália. Sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando para ver um dia desses”, disse a parlamentar à CNN Brasil.
No pedido encaminhado ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que a prisão preventiva é uma medida cautelar e não representa uma antecipação da pena.
A condenação de Zambelli e do hacker Walter Delgatti foi unânime na Primeira Turma do STF. Ambos foram sentenciados a 10 anos de prisão em regime fechado por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Zambelli também perdeu o mandato parlamentar por oito anos, conforme voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.