Na última terça-feira (3), a Agência da ONU para Refugiados (UNHCR, na sigla em inglês) informou que quatro milhões de pessoas fugiram do Sudão desde o início da guerra civil em 2023, marcando a maior crise de deslocamento do mundo. Cerca de 10,5 milhões estão deslocados internamente, enquanto 800 mil refugiados chegaram ao Chade, enfrentando condições precárias devido à falta de fundos.
O conflito entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) intensifica a violência, especialmente em Darfur, onde a cidade de El-Fasher está sitiada, agravando a fome. Um comboio de ajuda do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Unicef foi atacado na última segunda-feira (2) em Al Koma, Norte de Darfur, segundo a porta-voz do Unicef, Eva Hinds: “recebemos informações sobre um comboio com caminhões do PMA e Unicef sendo atacado na noite passada enquanto aguardava aprovação para seguir para El-Fasher”.
O porta-voz da UNHCR, Eujin Byun, declarou: “agora em seu terceiro ano, os quatro milhões de pessoas é um marco devastador na crise de deslocamento mais prejudicial do mundo no momento”. Patrice Dossou Ahouansou, da UNHCR, destacou: “esta é uma crise sem precedentes que enfrentamos. É uma crise de humanidade. É uma crise de proteção, baseada na violência relatada pelos refugiados”.
Dados da ONU apontam que apenas 14% dos apelos de financiamento para o Chade foram atendidos, piorando a situação. A guerra começou em abril de 2023, após o golpe militar de 2021 contra o governo civil, intensificado por disputas entre o chefe do exército Abdel Fattah al-Burhan e o líder da RSF Mohamed Hamdan Dagalo.