A Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT) alertou na última quarta-feira (28) para o risco de apagão no estado devido à precariedade no fornecimento de energia pela Energisa. A denúncia veio às vésperas de audiência pública marcada para sexta-feira (30), que discutiu a renovação da concessão da empresa, válida até 11 de dezembro de 2027.

O presidente da ALMT, deputado Max Russi, destacou os prejuízos: “tem regiões que vão ter dificuldade para fazer ampliação, investimentos que deixam de ser feitos por falta de energia.” A audiência, proposta pelo deputado Wilson Santos, contou com representantes da Energisa, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Agência Estadual de Regulação (Ager) e da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). A Aneel aprovou um termo que permite renovar contratos de 19 distribuidoras, incluindo a Energisa, por mais 30 anos.

A instabilidade no fornecimento afeta o interior do estado, comprometendo o desenvolvimento econômico. Relatórios da Ager de 2024 indicam que 40% das reclamações contra a Energisa referem-se a quedas de energia, com 15 mil interrupções registradas no último ano. O setor produtivo, como a agricultura, sofre perdas estimadas em R$200 milhões anuais, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso.

Os deputados, embora critiquem a Energisa, não propõem medidas contra o monopólio privado. A privatização do setor elétrico, iniciada nos anos 1990, concentrou a distribuição em empresas como a Energisa, que priorizam lucros. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o Brasil teve 22% mais apagões em 2024 do que em 2020.

A reestatização das centrais elétricas é essencial para garantir segurança no fornecimento de energia à população.

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Last Update: 04/06/2025