O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante encontro na Casa Branca, em 2019. Foto: Reprodução

Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, negou ser “lambe-bota de Trump” e afirmou estar seguro nos Estados Unidos. Em entrevista ao UOL por videochamada da Flórida, ele respondeu às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não sou lambe-botas do Trump, mas do Brasil não tem como lutar contra o ativismo judicial”, disse Eduardo.

O golpista comentou a pressão que exerce junto a autoridades americanas para que sejam aplicadas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Chamou de “odioso” o discurso do presidente Lula, que o acusou de “prática terrorista e antipatriótica” por buscar interferência dos EUA na política brasileira. “Terrorismo é o café a R$ 100”, mentiu Eduardo, como mente em relação ao preço da carne, atualmente pelo menos 30% menor que durante o governo de seu pai, o inelegível e réu no STF por golpismo, Jair Bolsonaro.

Sobre sua permanência nos Estados Unidos, Eduardo afirmou: “Estou seguro porque estou nos Estados Unidos, inalcançável às garras do Moraes”.

Ele enfrenta inquérito da Procuradoria-Geral da República por suposta coação contra autoridades brasileiras, o que chama de “perseguição política”. Desde o início da gestão Trump, tem mantido contatos com congressistas, membros do Departamento de Estado e auxiliares da Casa Branca para apresentar argumentos contra Moraes.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

No último carnaval, Eduardo fugiu com a família para o Texas para se dedicar integralmente à negociação de sanções. Está oficialmente licenciado do mandato na Câmara dos Deputados. Questionado sobre a possibilidade de renunciar ao cargo para permanecer nos EUA, respondeu que o faria se necessário.

Eduardo afirmou que as autoridades brasileiras ignoraram alertas das autoridades americanas, o que teria motivado as medidas que hoje se discutem nos Estados Unidos. Ele citou uma carta do Departamento de Justiça dos EUA enviada a Moraes, que ressaltava que suas decisões não poderiam afetar cidadãos e empresas americanas.

Sobre tarifas comerciais, Eduardo disse que não usa sua influência para negociar redução de impostos dos EUA sobre produtos brasileiros. “Se o Lula não quisesse sofrer com as tarifas, ele tem que baixar os impostos brasileiros”, afirmou. Para ele, a balança comercial está desequilibrada, com produtos americanos pagando menos impostos ao entrar no Brasil do que o contrário.

Questionado sobre sua possível candidatura em 2026, o deputado disse que a decisão cabe ao pai, Jair Bolsonaro, mas demonstrou esperança em ser candidato, apesar da inelegibilidade do ex-presidente até 2030. Ele criticou ações do STF e do governo Lula como tentativas de eliminar o capital político do bolsonarismo, afirmando que “as pessoas não têm como olhar para todas essas arbitrariedades e achar que isso daí é sinônimo de democracia”.

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Last Update: 03/06/2025