
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) desafiou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após fugir para o exterior nesta terça (3). Ela afirmou que autoridades brasileiras podem até acionar a Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial entre países, mas não vão conseguir retirá-la da Itália.
“Eu tenho um passaporte italiano, pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália. Sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando para ver um dia desse”, disse ela à CNN Brasil.
Ministros do Supremo já têm discutido acionar a Interpol e incluir a deputada na lista de procurados. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pela Corte, mas não tinha restrições para deixar o Brasil, já que está com acesso ao seu passaporte.
A parlamentar confirmou está atualmente nos Estados Unidos, mas irá ao país europeu em breve, onde o custo de vida “é mais barato”, em breve. “A saúde aqui é muito cara”, prosseguiu a deputada.
Ela deve embarcar para Roma, na Itália, ainda hoje, segundo Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara. A ideia é viver em alguma cidade no interior do país e usar sua cidadania para evitar uma eventual extradição.

Sobre o advogado Daniel Bialski, que deixou sua equipe após a fuga, Zambelli disse que ele não foi avisado sobre a saída do Brasil. “Não falei para o meu advogado, e isso dá motivo suficiente para ele deixar o caso. Mas eu fiz isso para não prejudicá-lo”, acrescentou.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, na tarde desta terça, a prisão preventiva de Zambelli. Caberá ao Supremo decidir se determina ou não sua detenção. Ministros da Corte acreditam que ela deixou o Brasil para se livrar das condenações por invasão dos sistemas do CNJ (Conselho nacional de Justiça) e por posse ilegal de arma de fogo.