
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deixou o Brasil na última semana pela fronteira com a Argentina, em Foz do Iguaçu (PR). Segundo apuração da TV Globo, a parlamentar está fora do país desde 25 de maio e seguiu para Buenos Aires, de onde partiu para Miami, nos Estados Unidos. Ela ainda deve ir para a Itália.
A saída de Zambelli não foi registrada oficialmente pela Polícia Federal, já que a fronteira terrestre com a Argentina não exige controle migratório.
Em agosto de 2023, o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão do passaporte de Zambelli durante as investigações sobre o caso da invasão ao CNJ. No entanto, o documento foi devolvido posteriormente, permitindo que ela deixasse o país legalmente.
Agora, com a condenação e a fuga, ministros do STF avaliam a possibilidade de decretar sua prisão preventiva e incluí-la na lista de procurados da Interpol.

Além da pena de prisão, Zambelli deve perder o mandato e ficar inelegível por oito anos. A inelegibilidade não depende do trânsito em julgado da condenação e passará a valer após a publicação da decisão. No entanto, o período só começará a ser contado após o cumprimento da pena, o que, na prática, pode mantê-la afastada da vida pública por pelo menos 18 anos.
A deputada ainda pode recorrer da condenação por meio de embargos de declaração, mas a execução da pena costuma ser determinada pelo STF após a rejeição desses recursos.
Em entrevista à CNN Brasil, Zambelli afirmou estar na Itália, onde possui cidadania. “Tenho cidadania italiana e não podem me deportar. Eles não podem me deportar sendo cidadã italiana”, disse. Ela também citou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA desde março, como inspiração para sua estratégia de atuação política no exterior.