
A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) disse que está na Itália e, por ter cidadania italiana, não pode ser deportada do país para retornar ao Brasil. Ela deixou o país após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Estou na Itália. Tenho cidadania italiana e não podem me deportar. Eles não podem me deportar sendo cidadã italiana”, afirmou ao blog do Caio Junqueira, da CNN Brasil.
A parlamentar afirmou que pretende se estabelecer na Europa e viver em alguma cidade ao sul do país italiano. Zambelli, que chamou o Parlamento de “covarde”, declarou ainda entender sua saída do país como “resistência”, e não como “fuga”.
Ela comunicou que pretende denunciar no exterior o que chama de “abusos” do Judiciário e se licenciou do mandato. Ela também citou o caso de outro fujão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade na Constituição; acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também”, disse em entrevista à rádio AuriVerde Brasil, transmitida no YouTube.
"Eu queria anunciar que eu estou fora do Brasil. Já faz alguns dias", diz a deputada federal Carla Zambelli. Leia mais: https://t.co/TmufJa08XQ pic.twitter.com/ZYjK1eSoDH
— O Antagonista (@o_antagonista) June 3, 2025
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ela e o hacker Walter Delgatti inseriram documentos forjados no sistema do CNJ. Entre os documentos, está um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado.