Sob o comando do diretor-geral Andrei Rodrigues, a Polícia Federal (PF) passou por uma reformulação completa de seus quadros de comando desde janeiro de 2023, início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a maior já ocorrida desde o primeiro mandato do líder petista, em 2003. Todas as 13 diretorias, a corregedoria e 26 das 27 superintendências regionais sofreram substituições, em um movimento que aponta para a subordinação da instituição a interesses estrangeiros, especialmente da CIA e do Mossad, o serviço secreto da ditadura sionista de “Israel”.

Nas superintendências regionais, apenas o Rio Grande do Sul, terra natal de Andrei Rodrigues, manteve sua direção. Estados como Alagoas, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo tiveram ao menos duas trocas.

Nos primeiros três meses da gestão, foram 21 substituições de superintendentes, seguidas por mais 18 até maio de 2025. Esse volume supera gestões anteriores, como a de Maurício Leite Valeixo, que, entre 2019 e 2020, realizou 15 trocas no total.

A Diretoria de Inteligência Policial (DIP) foi um dos setores mais afetados. O delegado Rodrigo Morais, ex-diretor da DIP, foi nomeado adido em Londres, sendo substituído por Leandro Almada, ex-superintendente do Rio de Janeiro. Almada, na PF desde 2008, conduziu o inquérito sobre a obstrução nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

A DIP, antes focada em segurança nacional, passou a liderar inquéritos políticos, como os da suposta “milícia digital”, coordenação de comunicação digital do bolsonarismo, além dos supostos planos golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro e também do uso irregular de sistemas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Além disso, o caso da família que teria hostilizado Alexandre de Moraes em um aeroporto em Roma resultou no indiciamento de um empresário, sua esposa e seu genro por decisão do delegado Thiago Severo de Rezende, posteriormente, nomeado oficial de ligação na Europol, em Haia.

A nomeação de Rezende para a Europol é um sinal de como cargos no exterior são usados para alinhar a PF aos interesses do imperialismo. Outros delegados, como Rogério Giampaoli, ex-superintendente de São Paulo, agora adido no Chile, e Agnaldo Mendonça Alves, ex-superintendente de Mato Grosso do Sul, designado para o Paraguai, também foram realocados.

Ao menos 13 diretores, coordenadores e superintendentes receberam esses “prêmios” desde 2023. Uma portaria de fevereiro de 2025 prevê análise curricular e entrevistas, mas o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcus Firme, afirma que a escolha final é de Andrei Rodrigues, sem critérios claros.

A eleição do delegado Valdecy Urquiza como secretário-geral da Interpol é outro marco. Primeiro brasileiro no posto, Urquiza, ex-diretor da Diretoria de Cooperação Internacional, foi substituído por Felipe Tavares Seixas. A Interpol, sediada em Lyon, na França, é um instrumento de potências imperialistas, fazendo com que a nomeação de Urquiza reforce o alinhamento da PF à rede global de repressão a serviço dos monopólios.

Casos recentes expõem a submissão da entidade com as agências estrangeiras. Em 8 de outubro de 2024, em Bragança Paulista (SP), a PF realizou busca e apreensão na casa de um francês de 36 anos, acusado de divulgar conteúdos “antissemitas” na Internet. A ação, iniciada por informações da França via Interpol, resultou na apreensão de um computador e um disco rígido, sem prisão do suspeito.

A menção a livros sobre nazismo encontrados na residência parece ter sido usada para justificar a operação, que não tem respaldo na legislação brasileira, já que “antissemitismo” não é crime definido. Isso aponta para a influência do Mossad, que busca reprimir críticas ao país artificial de “Israel”.

Em 14 de abril de 2025, o palestino Abdullah Abu Zaid, de 47 anos, foi detido por 24 dias no Aeroporto de Guarulhos. Refugiado com passaporte palestino, ele buscava asilo para se reunir com sua família, mas foi submetido a condições desumanas, sem acesso a medicamentos ou roupas limpas.

Embora liberado, o caso reflete a repressão a palestinos sob pressão do Mossad. Da mesma forma, a deportação do palestino Muslim Abuumar, em junho de 2024, após pressão do FBI, que o incluiu em uma lista de “terroristas”, mostra a PF agindo sob ordens externas, ignorando que o Brasil não reconhece o Hamas como organização terrorista.

A PF também perseguiu ativistas pró-Palestina. O ativista Thiago Ávila, do PSOL, foi detido em Guarulhos após viagem ao Líbano, onde documentou bombardeios de “Israel”. Ele relatou pressões da PF e ameaças do Mossad.

O Partido da Causa Operária (PCO), organização que se tornou a principal defensora do Hamas e dos demais partidos da Resistência Palestina no País, é alvo de processos por “racismo” e “terrorismo”, movidos por entidades sionistas. O presidente nacional da organização trotskista, Rui Costa Pimenta, bem como outros dirigentes nacionais do PCO foram obrigados a prestar depoimentos à Polícia Federal devido às acusações sionistas.

Em 11 de abril de 2025, a mando da polícia política norte-americana FBI, a PF realizou busca em Pocinhos, Paraíba, contra um homem acusado de “terrorismo” por colar cartazes.

A perseguição a supostos “espiões russos”, revelada pelo jornal norte-americano The New York Times em 21 de maio, reforça a subordinação da PF. Iniciada em abril de 2022 após alerta da CIA, a operação deteve um cidadão com passaporte brasileiro, acusado sem provas concretas.

A reformulação da PF sob Andrei Rodrigues apresenta uma coincidência impossível de ser ignorada. A partir de sua gestão, a PF, que sempre foi subordinada a interesses estrangeiros, intensificou sua atuação enquanto órgão para perseguir e reprimir os inimigos do imperialismo, a mando da CIA e do Mossad. Nesse sentido, se trata de uma entidade feita para violar a soberania nacional e atacar os direitos do povo brasileiro.

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Last Update: 03/06/2025