Na América Latina, instituições financeiras enfrentam o desafio de manter e recuperar a confiança de seus públicos. Segundo dados da Latam Intersect, 77% dos consumidores da região preferem conteúdos autênticos aos patrocinados. O dado revela um cenário em que credibilidade não se conquista com publicidade, mas com presença constante e transparente.
No Brasil, a percepção de risco aumentou. Uma pesquisa do portal Mobile Time mostra que a desconfiança total nos bancos quanto ao uso de dados pessoais passou de 2% em 2022 para 10% em 2025.
Gestão da reputação
Para enfrentar esse cenário, empresas precisam tratar a comunicação como parte central de sua estratégia. De acordo com Claudia Daré, cofundadora da Latam Intersect PR, “toda empresa é também uma empresa de mídia”.
Ela afirma que a reputação pode ser destruída em minutos se não for bem administrada. A falta de clareza afeta diretamente a liderança e o vínculo com a sociedade. Nesse contexto, é necessário produzir conteúdo que reflita o posicionamento institucional com consistência, evitando mensagens vagas ou genéricas.
IA com direção humana
A tecnologia pode ajudar. Ferramentas de inteligência artificial permitem que instituições financeiras detectem sentimentos, antecipem crises e automatizem processos de comunicação. No entanto, segundo Daré, o uso da IA precisa estar conectado à estratégia e ao contexto humano.
A atuação de líderes com pensamento crítico e escuta ativa continua sendo o eixo de confiança. A chamada liderança intelectual conecta visão global a realidades locais. É essa conexão que dá sentido à comunicação e sustenta a imagem pública.
Plataformas digitais
Além disso, canais como o LinkedIn têm se consolidado como espaços estratégicos de construção de marca. A presença de executivos nessas redes não pode ser apenas protocolar. É preciso gerar diálogo com públicos diversos, de investidores a funcionários.
Para Daré, o líder que se comunica com propósito não se limita a informar, mas inspira confiança. Isso exige preparo, consciência de impacto e coerência entre discurso e prática.
Silêncio também comunica
Na era digital, a ausência de posicionamento também é interpretada. Jornalistas, clientes e fornecedores constroem percepções em tempo real. Diante disso, empresas do setor financeiro precisam assumir o protagonismo da conversa.
Falar com clareza, acompanhar os sinais do mercado e manter o público informado são movimentos estratégicos para preservar reputação e atrair confiança em um ambiente cada vez mais sensível à comunicação.