Em uma eleição presidencial marcada pela polarização e por uma alta participação popular, o historiador nacionalista Karol Nawrocki saiu vitorioso no segundo turno, derrotando o prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski. Com 50,89% dos votos, Nawrocki venceu por margem estreita, mas suficiente para infligir um duro golpe nos planos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o país.
A eleição contou com expressiva participação, atingindo 71,63% do eleitorado. A vitória de Nawrocki, apoiado pelo ex-presidente Andrzej Duda e alinhado abertamente com o trumpismo norte-americano, significa um recuo para os planos de aprofundamento da integração da Polônia aos ditames da União Europeia.
Durante a campanha, Nawrocki criticou a expansão da OTAN e da União Europeia para o Leste e prometeu reduzir o apoio aos refugiados ucranianos. Suas declarações hostis à Ucrânia e sua visita à Casa Branca — onde, segundo ele, foi “abençoado” por Donald Trump — mostram que sua política externa será marcada por um realinhamento.
Mesmo com o caráter limitado da presidência polonesa, o cargo detém poder de veto sobre legislações aprovadas pelo parlamento. Isso dá a Nawrocki a capacidade de obstruir os planos de “reformas liberais” propostos pelo premiê Donald Tusk.
A Polônia faz fronteira com a Rússia e com a Ucrânia, sendo, portanto, um país de grande importância para as próximas etapas da guerra entre a Rússia e a OTAN.