O Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), em conjunto com o deputado federal Padre João (PT-MG), realizará no dia 2 de julho, às 11h, uma sessão solene na Câmara dos Deputados em memória dos 77 anos da Nakba Palestina – a catástrofe que marcou o início da limpeza étnica do povo palestino após a fundação do Estado de “Israel” em 1948.
A atividade ocorrerá no Plenário Ulysses Guimarães e reunirá parlamentares, lideranças políticas, representantes da comunidade palestina, movimentos sociais e especialistas em direitos humanos e relações internacionais. O objetivo é rememorar os crimes cometidos contra o povo palestino desde 1948 e denunciar sua permanência até hoje, com o exílio forçado, a ocupação militar e a negação do direito de retorno aos milhões de refugiados.
Segundo o deputado Padre João, “a Câmara dos Deputados precisa estar ao lado da justiça e da legalidade internacional. Não podemos normalizar a violência colonial nem a impunidade de ‘Israel’”. Ele defende que o Brasil, como signatário da Carta da ONU e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assuma uma postura firme contra o regime de apartheid israelense e em defesa:
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do direito à autodeterminação do povo palestino;
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do retorno dos refugiados às suas terras;
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da criação de um Estado Palestino soberano, com Jerusalém Oriental como capital.
A Nakba (“catástrofe”, em árabe) teve início com a aprovação da Resolução 181 da ONU, que impôs a partilha da Palestina sem o consentimento de sua população majoritariamente árabe. Em 1948, com a fundação de “Israel”, mais de 800 mil palestinos foram expulsos de suas terras, centenas de vilarejos foram destruídos e milhões passaram a viver como refugiados.
Hoje, segundo o Centro de Estatísticas Palestino, há entre 8,5 e 9 milhões de refugiados palestinos no mundo. Cerca de 70% a 80% da população de Gaza é composta por refugiados ou seus descendentes, sendo 1,5 milhão registrados junto à ONU (UNRWA). Muitos continuam impedidos de retornar às suas cidades, mesmo com documentação legal. “Sou de Jaffa, fui expulso de Telavive. Tenho documentos, mas não posso sequer visitar minha cidade, nem como turista”, relatou um dos convidados da sessão.
O evento será transmitido ao vivo pela TV Câmara e pelos canais oficiais da Casa. A atividade integra a campanha permanente em defesa do povo palestino e pelo fim da ocupação sionista na Palestina.