A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea, podendo ter diferentes formas de apresentação e tratamento. De acordo com projeção do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número estimado de novos casos da doença no Brasil, para cada ano do triênio entre 2023 e 2025, é de 11.540.
Segundo Andresa Melo, hematologista do Hospital Brasília, o diagnóstico precoce da leucemia pode aumentar consideravelmente as chances de sucesso do tratamento. “É importante manter hábitos de vida saudáveis, fazer check-ups periódicos e procurar atendimento médico ao suspeitar de sintomas diferentes do normal, como febre, fraqueza, manchas roxas pelo corpo ou sangramento, principalmente gengival”, afirma.
Abaixo, Andresa Melo responde algumas dúvidas comuns sobre a leucemia. Confira!
1. A anemia pode virar leucemia?
Existem dezenas de causas de anemia e, na maioria das vezes, não há relação com esse tipo de câncer. Algumas doenças hematológicas, como a mielodisplasia (condição que faz com que a medula óssea produza células sanguíneas imaturas ou defeituosas), podem cursar com anemia e apresentar evolução e transformação em leucemia. Porém, são casos raros.
2. A leucemia sempre apresenta sintomas evidentes?
Em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa ou manifestar sintomas inespecíficos. Os casos agudos costumam ter uma evolução mais rápida e os sinais surgem subitamente, como fadiga, febre persistente e sangramentos frequentes. O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz.
3. É uma doença que acomete apenas crianças?
Embora seja um dos tipos de câncer mais comuns na infância, é possível que a leucemia afete pessoas de qualquer idade.

4. Recebi diagnóstico de leucemia. Logo, posso ter passado a doença para os meus filhos?
Essa não é uma doença hereditária. Portanto, não há indicação de rastreio e acompanhamento dos filhos.
5. Fui submetido a um tratamento com quimioterapia e radioterapia. Isso aumenta o risco de desenvolver leucemia?
Embora poucas causas estejam comprovadamente relacionadas ao desenvolvimento de câncer, a exposição à radiação (como a recebida na radioterapia) e a quimioterápicos estão entre os fatores de risco conhecidos para leucemia.
Além disso, o contato com benzeno e seus derivados, presentes em solventes industriais, tintas, vernizes e combustíveis, especialmente sem o uso adequado de equipamentos de proteção, também pode aumentar esse risco.
6. O transplante de medula óssea é indicado para todos os casos?
O transplante de medula óssea (TMO) é indicado apenas em alguns casos, a partir de avaliação e recomendação médica. O tratamento varia de acordo com o tipo de câncer, idade do paciente e outros fatores clínicos. Pode incluir quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e, em alguns casos, o transplante.
Por Natália Monteiro