No início deste mês de junho, a luta da educação municipal da capital baiana completa um mês de greve. São trinta e um dias de resistência, coragem e união de uma categoria que segue mobilizada, nas ruas e nas redes, mostrando a força de quem educa e luta. Enquanto educadores seguem firmes na defesa da escola pública de qualidade, o prefeito Bruno Reis continua ignorando o apelo da categoria e da população.
Leia alguns dos motivos para entender e apoiar a causa.
1. Prefeito Bruno Reis: pague o piso!
Apesar de ser um direito garantido por lei, o piso nacional ainda não é respeitado pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). Professoras e professores municipais recebem abaixo do mínimo estipulado legalmente, o que desvaloriza a profissão e compromete a qualidade da educação na cidade.
2. O projeto de Lei 174/25 é prejudicial à carreira de professoras e professores!
O PL 174/25, aprovado sob forte repressão, impõe uma reestruturação das carreiras que enfraquece direitos históricos da categoria, desestimula a progressão profissional e representa um retrocesso nas conquistas acumuladas ao longo dos anos. Na prática, acaba com o plano de carreira da categoria!
3. Falta de diálogo, mentiras e repressão por parte da Prefeitura
A gestão de Bruno Reis tem adotado uma postura autoritária e sem diálogo efetivo com os profissionais da educação. Impedir o acesso à Câmara e reprimir manifestações com violência são exemplos do desrespeito aos servidores. Além disso, o prefeito também deu declarações falsas à imprensa afirmando que o salário médio do professor [na capital baiana] é de R$ 9,2 mil. Com um ‘google’ muito básico, você descobre que em média os professores e professoras de Salvador ganham R$ 4 mil sendo que o valor do piso da categoria, por lei federal, é de R$ R$ 4.867,77.
4. Sucateamento da educação municipal
Além da questão salarial, há denúncias de infraestrutura precária, falta de materiais pedagógicos e condições inadequadas de trabalho nas escolas. Permanecer em greve é também uma forma de denunciar esse abandono da educação pública. Além disso, também há suspeitas de que a prefeitura de Salvador está envolvida em esquemas de corrupção a partir do caso da Operação Overclean. Essa operação da Polícia Federal investiga esquemas de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro público. A empresa Larclean, investigada na operação, recebeu um montante que supera os R$ 48 milhões da prefeitura, entre 2021 e 2024, primeira gestão de Bruno Reis. As apurações expõem suspeita de vínculo entre empresários e a prefeitura de Salvador.
5. A luta da educação municipal de Salvador tem cor, gênero e protagonismo: as mulheres negras!
A categoria que neste momento está em greve e dando um exemplo de resistência em Salvador é em sua maioria de mulheres negras. Isso significa dizer que a luta da educação municipal é, em primeiro lugar, mais um exemplo da força das mulheres negras em movimento. São elas as principais responsáveis pelo cuidado e ensino nas salas de aula da cidade de maior população negra fora do continente Africano. São também elas as principais provedoras e fortalezas de diversos lares e famílias soteropolitanas. O lugar das professoras é na defesa da educação pública!
6. Criminalização das lideranças e movimentos sociais
Lideranças sindicais e políticas que apoiam a greve vêm sendo perseguidas judicialmente e nos meios de comunicação, numa tentativa de intimidar e desmobilizar a luta. A greve, neste contexto, também é uma defesa do direito à organização e à livre manifestação. Leia aqui a nota do PSOL Nacional sobre o assunto.
Esses motivos refletem não apenas a luta por direitos trabalhistas, mas também a defesa de uma educação pública de qualidade e do respeito à democracia!
Todo apoio à luta das professoras e professores de Salvador.
Prefeito Bruno Reis, pague o piso nacional do magistério!
Com informações Bahia Notícias, APLB Sindicato e Coletivo de Coordenadoras Pedagógicas
>> Leia também: Bruno Reis: inimigo da educação e amigo da corrupção
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