54% dos brasileiros consideram justa a prisão de Bolsonaro, revela Datafolha

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro foi considerada justa por 54% dos brasileiros, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (7). A pesquisa, realizada após o início do cumprimento da pena dele, também revelou que 40% dos entrevistados acreditam que a medida foi injusta.

Além disso, 34% dos respondentes defendem que o ex-presidente deveria cumprir sua pena em prisão domiciliar, enquanto o restante tem diferentes opiniões sobre o local adequado para a detenção. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro, ouvindo 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, em 113 cidades de todo o Brasil.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e 6% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder à questão sobre a prisão de Bolsonaro. A pesquisa foi conduzida após o ex-presidente começar a cumprir sua pena, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 25 de novembro, por sua participação na tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.

Quando questionados sobre o local mais adequado para a prisão de Bolsonaro, 34% dos entrevistados indicaram que ele deveria cumprir a pena em prisão domiciliar. Outros 26% optaram por um presídio comum, enquanto 20% sugeriram que ele fosse mantido em uma unidade militar.

Somente 13% dos entrevistados acharam que a melhor opção seria a sede da Polícia Federal (PF), onde Bolsonaro está atualmente preso em Brasília, por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso.

A decisão de manter Bolsonaro preso na sede da PF foi tomada após o ex-presidente tentar romper a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, em uma tentativa de fuga. Ele havia cumprido prisão domiciliar desde 4 de agosto, após violar medidas cautelares impostas pelo STF.

Bolsonaro preso na Superintendência da PF. Foto: Divulgação

Desde sua prisão, Bolsonaro tem sido monitorado de perto, com o acompanhamento médico constante, já que sua defesa alegou problemas de saúde. A pesquisa também abordou a prisão dos oficiais-generais condenados junto com Bolsonaro. Entre os entrevistados, 57% consideraram justa a prisão dos generais, enquanto 30% a consideraram injusta.

Outros 13% não souberam ou não responderam a essa questão. A prisão dos generais Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) gerou um debate sobre o impacto dessas decisões no Exército Brasileiro.

Ao serem questionados sobre o impacto da prisão dos generais na imagem do Exército, 57% dos entrevistados afirmaram que a prisão não mudou a opinião que tinham sobre a instituição. No entanto, 26% indicaram que a imagem do Exército piorou após as prisões, enquanto 12% disseram que a imagem da Força teve uma melhoria.

O cumprimento da pena de Bolsonaro gerou uma clara divisão de opiniões entre os eleitores. A pesquisa Datafolha revelou que a posição sobre a prisão de Bolsonaro varia significativamente conforme a região do país e o apoio político.

Eleitores de diferentes regiões, como o Norte e Centro-Oeste, demonstraram maior resistência à prisão, com 48% dos entrevistados nesses locais considerando-a injusta. Entre os evangélicos, 55% também acharam a medida injusta, refletindo a forte base de apoio do ex-presidente.

Por outro lado, no Nordeste, onde o apoio ao presidente Lula é mais forte, 65% dos entrevistados consideraram a prisão de Bolsonaro justa. Entre os eleitores do PT, 92% afirmaram que a decisão do STF foi correta, enquanto 87% dos eleitores de Lula também apoiaram a medida. Entre aqueles que anularam o voto ou deixaram o voto em branco nas últimas eleições, 57% aprovaram a prisão, enquanto 23% discordaram.

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