Em 30 de abril de 1975, a capital do Vietnã do Sul, Saigon, foi tomada pelas forças rebeldes do povo vietnamita, lideradas por Ho Chi Minh. Elas compunham o movimento Frente de Libertação do Vietnã (FLV), em luta pela independência do domínio colonial francês, e já haviam libertado o norte do Vietnã, cuja capital era Hanói.
A data é de grande importância, sobretudo para os povos que buscam se libertar de todas as formas de dominação de tipo colonial, econômica ou militar, impostas pelo imperialismo. Hoje, temos exemplos similares, como o dos povos do Afeganistão e da Palestina, que também lutam para se livrar da invasão promovida pelo Estado sionista.
O Vietnã foi colônia da França desde o final do século XIX. Na década de 1930, iniciou-se um movimento de expulsão dos franceses, que recebeu o nome de FLV, sob o comando de Ho Chi Minh. Em 1936, ele criou o braço armado da FLV, denominado Viet Minh.
Em 1940, com a rendição da França ao Eixo — composto por Alemanha, Itália e Japão —, suas colônias foram repartidas entre os países do Eixo, cabendo ao Japão a posse do Vietnã. Isso dificultou ainda mais as ações do FLV.
A situação só se alterou com as bombas de Hiroxima e Nagasaki e a consequente rendição do Japão. Os acordos do pós-guerra garantiram à França a posse de sua antiga colônia. O imperador Bao Dai serviu aos franceses, depois aos japoneses e, por fim, voltou a ser marionete da França. Com isso, a França tornou-se novamente alvo do Viet Minh.
No final da década de 1940, com a Revolução Chinesa e a libertação da Indonésia do colonialismo holandês — cujo novo governo, liderado por Ahmed Sukarno, se aproximou da China — fortaleceu-se o anseio pela libertação das nações.
A França já demonstrava incapacidade de manter suas colônias, como no caso da Argélia, na África, e também no Vietnã. A resistência vietnamita, liderada pelo Viet Minh, resultou em uma guerra contra as forças francesas, conhecida como Primeira Guerra da Indochina.
A guerra terminou com a derrota francesa na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954, levando ao fim do domínio colonial francês na Indochina e à divisão do Vietnã em Norte e Sul.
Durante a guerra do Viet Minh contra a França, foram inúmeras as propostas de intervenção militar norte-americana na região, incluindo o uso de bomba atômica — então vista como a principal arma para vencer a Guerra Fria — a fim de acabar com a luta do Viet Minh.
Ainda em 1954, com a França derrotada, foi convocada a Conferência de Genebra, na qual se anunciou a independência das colônias na Indochina — Vietnã, Laos e Camboja — e a formalização de novos governos nas ex-colônias.
Os Estados Unidos, com a conivência do governo da União Soviética, agiram para frustrar a independência desses países e, durante a conferência, propuseram a divisão do Vietnã em Norte e Sul, com as capitais, respectivamente, em Hanói (sob controle de Ho Chi Minh) e Saigon (sob controle de Bao Dai).
Os EUA entraram gradualmente na Guerra do Vietnã, começando com apoio ao governo do Vietnã do Sul e, posteriormente, com o envio de tropas para combate direto. O incidente no Golfo de Tonquim, em 1964 — envolvendo supostos ataques norte-vietnamitas a navios americanos — foi um ponto crucial para a escalada do conflito.
A Guerra do Vietnã terminou com a vitória do Vietnã do Norte e a queda de Saigon (hoje chamada de Ho Chi Minh), em 1975. A unificação do Vietnã sob o governo do Norte marcou o fim de um conflito que se prolongou por mais de duas décadas.
As perdas de armamento dos EUA foram significativas, embora as estatísticas detalhadas sejam de difícil acesso. O exército norte-americano teve 58.281 mortos, sendo 47.434 em combate. Além disso, houve mais de 300 mil feridos, muitos dos quais não precisaram de hospitalização.
Estima-se que cerca de 2 milhões de civis morreram, além de 1,1 milhão de combatentes norte-vietnamitas. As baixas no Vietnã do Sul também foram expressivas, com estimativas entre 200 mil e 250 mil soldados mortos.
Durante a guerra, a população do Vietnã foi bombardeada constantemente com diversos tipos de armamentos: bombas de fragmentação, napalm e agentes químicos (como o agente laranja). Até hoje, os efeitos do agente laranja se fazem sentir na população, com crianças e mulheres gravemente deformadas — um horror típico do imperialismo.