Hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas endócrinas e liberadas na corrente sanguínea, atuando em diferentes órgãos e sistemas do corpo. Eles têm a função de regular processos fisiológicos, como crescimento, metabolismo, humor e reprodução; cada um com um papel específico, transmitindo sinais para manter o equilíbrio e o funcionamento adequado do organismo.
Entre suas várias funções, alguns hormônios se destacam por promoverem a sensação de bem-estar, sendo conhecidos como os “hormônios da felicidade”. “Os chamados hormônios da felicidade são responsáveis por regular o humor, diminuir o estresse e aumentar a sensação de prazer. E, na mesma proporção que despertam a felicidade, podem impactar a saúde física e emocional quando apresentam níveis alterados”, explica a endocrinologista e professora do curso de Medicina da Unic Beira Rio, Dra. Gabriela Polisel.
Segundo ela, esses hormônios são essenciais para a homeostase, “processo pelo qual o corpo mantém o equilíbrio interno, garantindo que as condições fisiológicas se mantenham estáveis, mesmo diante de variações externas. Isso inclui a regulação de temperatura, pH, níveis de glicose, pressão arterial, entre outros. Por meio de mecanismos como feedback negativo e positivo, o organismo ajusta funções para manter o ambiente interno adequado ao bom funcionamento dos sistemas”.
A seguir, entenda como age cada hormônio da felicidade no corpo!
1. Endorfina: o analgésico natural
Conhecida por ser o “analgésico natural” do corpo, a endorfina é um neurotransmissor que diminui a percepção da dor e gera uma sensação de euforia. Ela é liberada durante a prática de atividades físicas, como correr, dançar ou praticar esportes. Além disso, momentos de prazer, como rir, também são gatilhos para a produção de endorfina, o que nos faz sentir uma sensação de felicidade e prazer.
2. Serotonina: o regulador do humor
A serotonina é frequentemente chamada de hormônio do bom humor. Ela está diretamente ligada ao controle do humor, da ansiedade e do sono. Níveis elevados de serotonina contribuem para uma sensação geral de bem-estar, enquanto baixos níveis podem ser associados a quadros de depressão e ansiedade. A produção de serotonina pode ser estimulada por atividades como a exposição à luz solar, prática de exercícios físicos e até mesmo por alimentos ricos em triptofano, como nozes, ovos e chocolate amargo.
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3. Dopamina: o hormônio da motivação
A dopamina é o hormônio que nos dá a sensação de prazer e recompensa, sendo essencial na motivação e no processo de aprendizagem. A cada conquista, como alcançar um objetivo ou realizar uma tarefa, o cérebro libera dopamina, gerando uma sensação de satisfação. Essa substância química também é envolvida no controle de funções motoras e na regulação do comportamento emocional, tornando-se fundamental para o equilíbrio do humor e a sensação de prazer.
4. Ocitocina: o hormônio do amor e da conexão
Conhecida como o “hormônio do amor”, a oxitocina é liberada em momentos de afeto, como durante um abraço, o contato físico com pessoas queridas ou a interação social. Ela está associada à criação de vínculos emocionais, fortalecendo a confiança e o relacionamento entre as pessoas. Além disso, a ocitocina desempenha um papel crucial no parto e na amamentação, promovendo o vínculo entre mãe e filho. A presença desse hormônio também está ligada à sensação de relaxamento e segurança.
5. Testosterona: o hormônio da autoconfiança
Embora seja frequentemente associado ao sexo masculino, a testosterona está presente tanto em homens quanto em mulheres e tem grande impacto no nosso bem-estar. Ela está diretamente ligada à autoconfiança, motivação e energia. A testosterona também está envolvida no aumento da massa muscular e na saúde óssea, sendo importante para o equilíbrio físico e mental.
Hormônios equilibrados influenciam a saúde mental
A interação desses hormônios no organismo gera uma espécie de química da felicidade, como explica a endocrinologista Dra. Gabriela Polisel. “Manter níveis equilibrados desses hormônios é fundamental para a saúde mental e emocional que, acompanhados de práticas como a atividade física, alimentação saudável, momentos de lazer e socialização, podem ser grandes aliadas na produção desses compostos químicos que promovem a felicidade e o equilíbrio”, destaca.
Para avaliar os níveis de cada hormônio no organismo, a Dra. Gabriela Polisel indica consultas regulares com um endocrinologista para a realização de exames periódicos e acompanhamento adequado.
Por Camila Souza Crepaldi